Nova geração do celular da Apple traz mudanças em comparação ao modelo de 2023, como uma câmera mais poderosa e mudanças no visual do produto. Veja o resultado dos testes. Guia de compras: teste compara iPhone 15 ao 16
Veronica Medeiros/g1
O iPhone 16 representa a primeira mudança em anos no celular da Apple.
O desempenho ficou mais rápido e o visual teve pequenos aprimoramentos – incluindo novos botões e um posicionamento diferente das lentes na traseira para poder gravar “vídeos espaciais”.
As câmeras do iPhone 16 são o grande destaque, com uma mudança no gerenciamento de cores e a maior facilidade de usar estilos para mudar o visual das fotos.
Mas, se comparado ao iPhone 15, modelo do ano passado, muda muita coisa? É a hora de trocar de aparelho? O Guia de Compras testou os dois smartphones para ver as diferenças.
Ambos rodam o sistema iOS 18, o mais recente, com uma grande mudança: apenas o iPhone 16 (e os outros modelos mais caros da marca) serão capazes de rodar a Apple Intelligence, a inteligência artificial da fabricante.
Mas ainda não dá pra ver como funciona: essa atualização ainda não foi lançada. A ideia é que ela ofereça recursos como a integração com o ChatGPT, robô conversador da OpenAI.
A integração do ChatGPT com o iPhone poderá ser usada para responder a comandos na Siri e criar textos ou imagens, entre outras funcionalidades.
Só tem um problema: essa atualização do iOS com Apple Intelligence vai funcionar somente se o aparelho estiver com o sistema em inglês.
A funcionalidade em português ainda não tem previsão de lançamento, de acordo com a Apple Brasil.
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Mas o iPhone 16 ainda tem outras vantagens (maiores e nem tão grandes) sobre o 15. Veja a seguir e saiba, ao fim da reportagem, como foram feitos os testes.
iPhone 15
Na comparação com iPhones mais antigos, o iPhone 15 foi uma atualização incremental. Era quase igual ao modelo anterior por dentro e por fora.
É um celular que tira excelentes fotos e conta com uma bateria que dura bastante, além de ter sido o primeiro a vir com o conector USB-C, que substitui o antigo padrão exclusivo Lightning.
O USB-C tem a vantagem de poder ser usado em diversos aparelhos eletrônicos – de celulares com sistema Android a fones de ouvido e notebooks. Desse modo, o carregador de um Samsung serve no iPhone 16, por exemplo.
Cabos: Lightning, usado pela Apple, e os padrões de conectores para USB-A e USB-C
Henrique Martin/g1
Além disso, é uma alternativa mais “econômica” para quem quer trocar de iPhone, mas não faz questão de ter o aparelho mais recente.
O modelo com 128 GB de armazenamento custava R$ 6.500 nas lojas on-line consultadas em outubro.
A Apple oferece também versões com 256 GB (R$ 7.300) e 512 GB (R$ 8.800).
iPhone 16
O iPhone 16, recém-lançado no Brasil, traz a primeira grande mudança de design em anos, com câmeras um pouco diferentes do que encontramos nos produtos da Apple.
A bateria tem uma duração excepcional, e o conector USB-C agora é padrão entre os smartphones da marca.
Mas, por ser um lançamento, é um aparelho bem mais caro.
O modelo com 128 GB de armazenamento era vendido nas lojas da internet em outubro por R$ 7.800. A Apple oferece versões com 256 GB (R$ 8.500) e 512 GB (R$ 10.100).
Desempenho e bateria
Em todos os testes de desempenho e de vídeo veja ao final como são feitos), o iPhone 16 foi mais rápido que o iPhone 15.
Ambos rodaram muito bem os aplicativos de teste e não travaram durante o uso. O iPhone 16 esquentou um pouco durante os testes de fotografia.
O ganho de desempenho se dá pelo novo chip A18 Bionic do iPhone 16, uma versão mais simplificada – mas não menos potente – da usada pela Apple nos modelos mais caros da linha Pro.
O iPhone 15 usa o chip A16 Bionic, que é quase igual ao do no iPhone 14 (A15 Bionic).
A atualização para o iOS 18, porém, trouxe avanço no gerenciamento de bateria. A bateria do iPhone 15 durou pouco mais, passando das 12h30 (eram 11h40 no iOS 17).
A bateria do iPhone 16 foi além das 13h30 de uso, chegando ao final do dia com a carga com 30% disponíveis.
Em alguns momentos do teste, mesmo com uso intenso, chegou ao dia seguinte ainda com 25% de carga.
Como é padrão nos celulares da Apple, ambos são vendidos sem o carregador de tomada na caixa. A Apple fornece apenas o cabo USB-C com acabamento em tecido.
A Apple indica a compra de um carregador USB-C rápido. O modelo de 20W oficial custa na faixa de R$ 220, e o de 30W, R$ 320.
Para comparação, um adaptador de tomada de 20W de marcas de acessórios, como a Geonav, custa na faixa de R$ 75. Um de 30W da Baseus saía na faixa dos R$ 130.
Design
De frente, com a tela de 6,1 polegadas desligada, os iPhones 15 e 16 parecem quase iguais. O iPhone 16 pesa 170 gramas. O iPhone 15 pesa quase nada a mais, com 171 g.
A tela segue com taxa de atualização de 60 Hz, contra 120 Hz nos modelos da linha 16 Pro. Essa taxa, medida em hertz (Hz), indica quantas vezes o display “pisca” para atualizar a imagem –, deixando as cenas mais fluidas nos vídeos e games.
Para comparação, celulares com sistema Android que custam menos de R$ 2.500 têm displays com 120 Hz de taxa de atualização.
Ambos contam com o recurso Dynamic Island, que mostra notificações rápidas no topo da tela.
A Dynamic Island ocupa a área da câmera frontal e traz informações de aplicativos em uso, como um pequeno tocador de música, quanto tempo falta para o carro do app de transporte chegar ou a comida do delivery.
Dynamic Island, recurso presente nos iPhones 15 e 16
Divulgação/Apple
Vistos por trás e pelos lados, os iPhones 15 e 16 são bem distintos. O novo celular tem as duas câmeras alinhadas na vertical. O iPhone 15 tem as câmeras em diagonal, como uma peça de dominó.
iPhone 16 (à esquerda) e iPhone15 (à direita)
Reprodução Apple
O alinhamento das lentes no iPhone 16 tem um motivo: a posição permite, com a câmera na horizontal, gravar vídeos “espaciais” para serem vistos no dispositivo de realidade virtual da Apple, o Vision Pro. Que ainda não foi lançado no Brasil, bom lembrar.
Outra novidade no design do iPhone 16 é a presença de um botão de Ação customizável, que substitui a chave que ativava o modo silencioso no telefone.
Esse botão de Ação, ao ser clicado duas vezes, pode ativar a lanterna, o modo silencioso, o gravador ou ativar apps de acordo com a vontade do dono.
iPhone 16 abaixo do iPhone 15, com o botão de ação substituindo a chave do modo silencioso no lado esquerdo dos aparelhos.
Henrique Martin/g1
O outro recurso, que também é novidade nos modelos da linha Pro, é o que a Apple chama de Controle da Câmera.
Sensor Camera Control (à esquerda) do iPhone 16, localizado próximo ao botão de liga/desliga.
Henrique Martin/g1
É um sensor sensível ao toque, não um botão (apesar de parecer com um), localizado na lateral direita do aparelho. Sua função é única: comandar a câmera.
Um clique nele e a câmera entra em ação. Outro toque e ele tira uma foto, sem precisar tocar na tela.
Dois toques e é possível alternar entre as funções da câmera, com ajuste de exposição, profundidade, zoom, alternar entre as lentes e entre os estilos e tons de cores (mais sobre isso abaixo).
A ideia da Apple parece ter sido criar uma espécie de seletor parecido com o de câmeras digitais convencionais.
Usar no começo confunde um pouco, mas é algo fácil de se acostumar – se você se lembrar de usar esse sensor para comandar a câmera.
Tanto o botão de Ação como o Camera Control são úteis, mas é difícil lembrar da sua existência no uso cotidiano do iPhone 16. É uma questão de se habituar mesmo.
O acabamento traseiro em vidro fosco é parecido nos dois iPhones. Mudam as cores apenas – o 16 está disponível nos tons preto, branco, rosa, verde-acinzentado e ultramarino.
Já o iPhone 15 vem nas cores preto, azul, verde, amarelo e rosa.
Câmeras
As câmeras traseiras dos dois iPhones têm a mesma resolução: 48 megapixels no sensor principal e 12 MP na lente grande angular.
Mas isso não significa que os resultados são iguais. A Apple fez pequenas mudanças na câmera do iPhone 16, que podem ser percebidas de forma muito sutil e que melhoram as imagens.
As fotos abaixo foram feitas na sequência. A do iPhone 16 tem um contraste maior e um verde mais forte que o do 15.

As fotos abaixo foram feitas na sequência
A mesma coisa acontece na imagem abaixo:

O modo Retrato, para fotos com o fundo desfocado, segue excelente nos dois aparelhos, como dá paa
A mudança suave de tons é perceptível também no sensor da lente grande angular.

O modo Retrato, para fotos com o fundo desfocado, segue excelente nos dois aparelhos, como dá para ver nas imagens a seguir.

Mas a combinação de desfoque e cores saturadas ao fundo podem fazer parecer que algumas fotos do iPhone 16 foram feitas por inteligência artificial – e não foram.
Foto de gato feita com modo retrato no iPhone 16: o filhote ficou um pouco artificial
Henrique Martin/g1
A câmera tem três opções de troca de lentes nos dois iPhones: 0,5 na grande angular, 1x para o sensor principal e 2x de zoom.
O resultado do “zoom” de 2x nada mais é que recortar a imagem de 48 megapixels e aproximar, tendo uma foto boa de 12 mp.
Com boa iluminação, o zoom digital pode chegar a 10x com bons resultados.

As diferenças sutis de tons vistas nas fotos diurnas também são perceptíveis nas fotos noturnas, como dá pa
As diferenças sutis de tons vistas nas fotos diurnas também são perceptíveis nas fotos noturnas, como dá para ver abaixo. O iPhone 16 deixou o céu menos claro e com mais cores nos detalhes.

Mesmo em fotos feitas dentro de casa com pouca luz, o iPhone 16 também foi melhor que o iPhone 15 na captura de detalhes e nitidez.

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A câmera do iPhone 16 traz uma novidade e uma mudança em comparação com a do iPhone 15.
A novidade é a capacidade de tirar fotos de detalhes com o modo macro. Era um recurso até então reservado aos modelos da linha Pro.
A foto abaixo foi feita cerca de 9 centímetros de distância da flor no iPhone 15 e menos de 2 cm no iPhone 16.

A mudança e é a presença direta nos comandos da câmera (e nas opções do sensor Camera Control) dos estilos fotográficos. Era algo que já existia em iPhones antigos, mas não era tão simples de achar e alterar.
Esses estilos usam ajustes predefinidos da câmera para destacar tons e cores. São 15 no total, permitindo tirar a mesma foto em modos distintos, como dá para ver abaixo.
Estilos fotográficos do iPhone 16: no app da câmera é possível escolher entre 15 modos distintos de tons e cores
Henrique Martin/g1
Os estilos fotográficos também estão disponíveis na câmera de selfie do iPhone 16 (que é a mesma de 12 megapixels nos dois aparelhos).
Estilos fotográficos do iPhone 16 também servem para as selfies
Henrique Martin/g1
Conclusão
VALE A TROCA? Se você tem os iPhones mais antigos e já fora de linha (X, 11, 12 ou 13), compensa seguir para o iPhone 16. A diferença será sentida na melhoria da câmera, do desempenho e na duração maior da bateria.
O iPhone 16 também pode valer a pena se você quer ter os recursos de IA. Mas cuidado que o aparelho não deve ter os recursos de inteligência artificial da Apple Intelligence liberados tão cedo para os brasileiros.
A funcionalidade será lançada em inglês em um primeiro momento e a Apple não tem previsão de liberar o recurso em português. Quem quiser usar vai precisar trocar o idioma do iOS para inglês.
Vale lembrar que a assistente virtual Siri foi anunciada pela Apple em 2011, mas só começou a “falar português” em 2015. Com esse histórico, dá para imaginar que a Apple Intelligence deve demorar a chegar para os brasileiros.
Agora, se você tem o iPhone 14, dá para esperar mais um ano para trocar o smartphone – ainda mais que ele é muito parecido (por dentro e por fora) com o iPhone 15.
As únicas grandes diferenças entre eles estão na câmera um pouco melhor no 15 e no conector USB-C, que substituiu o antigo Lightning.
Como foram feitos os testes
Os dois iPhones foram enviados por empréstimo pela Apple e serão devolvidos.
Para os testes de desempenho, foram utilizados dois aplicativos: 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs.
Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e Mac OS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Os testes de bateria foram feitos com uso cotidiano do aparelho.
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