WhatsApp lança atalho para chave PIX e estuda permitir transferências dentro do aplicativo


Recurso substitui pagamentos com cartão de débito entre pessoas físicas no aplicativo. Objetivo é analisar uso para entender se usuários querem uma integração mais profunda com o PIX. Atalho para chave PIX no WhatsApp
Divulgação/WhatsApp
O WhatsApp começou a liberar nesta quinta-feira (19) um recurso que permite mostrar chaves PIX em seu perfil no aplicativo. Ele é opcional e ficará disponível para todos até o final de janeiro (veja abaixo como adicionar a sua chave).
A novidade foi anunciada no mesmo dia em que o WhatsApp suspende sua opção para pagamentos com cartão de débito entre pessoas físicas. Por enquanto, só será possível fazer pagamentos no aplicativo em transações de pessoas para empresas.
Mas a plataforma não descarta lançar uma integração com o PIX para permitir transferências entre pessoas físicas, indicou o chefe do WhatsApp no Brasil, Guilherme Horn, em entrevista ao g1.
Segundo o WhatsApp, o atalho para chaves PIX ajudará principalmente prestadores de serviços que recebem de diversos clientes, mas também facilitará transferências entre amigos e familiares sem a necessidade da tradicional pergunta “qual é o seu PIX?”.
“O PIX é a forma preferida do brasileiro fazer transações financeiras, fazer pagamentos entre pessoas físicas. Todos os números mostram isso. E, por isso, optamos por concentrar transferências entre pessoas com PIX”, disse Horn, ao g1.
O executivo afirmou que a regulamentação sobre o PIX está avançando e que existem outras soluções técnicas que permitiriam aumentar uma integração com este meio de pagamento, mas isso deve ficar para outra etapa.
“Começamos com essa solução de copiar a chave PIX e colar no aplicativo”, disse. “É a partir dessa utilização que vamos fazer pesquisa para entender. As pessoas querem, de fato, uma integração mais profunda ou não? Isso é suficiente? E, de acordo com o que entendermos que é o desejo das pessoas, é por onde vamos seguir”.
WhatsApp começa a liberar recurso que converte áudios em textos; veja como usar
Como adicionar chave PIX no WhatsApp
Na tela da conversa, clique no ícone do clipe de papel;
Selecione a opção “PIX”;
Insira o tipo da chave, o conteúdo (celular, CPF, e-mail ou chave aleatória) e o nome usado na conta;
Escolha quem pode ver a chave PIX no seu perfil;
Clique em “Adicionar”.
Depois do cadastro, basta clicar no ícone do clipe de papel e escolher qual chave será enviada na conversa. Os seus contatos também poderão ver a informação ao clicarem na sua foto dentro da conversa e selecionarem o botão “PIX”.
Como adicionar chave PIX no WhatsApp
Divulgação/WhatsApp
Problemas com Meta AI e spam
A Meta, dona do WhatsApp, do Instagram e do Facebook, liberou em outubro sua ferramenta de inteligência artificial. Batizada de Meta AI, ela gera textos e fotos, mas foi criticada no Brasil por mostrar informações erradas.
O chefe do WhatsApp no país destacou que o aplicativo é um caminho natural para as pessoas testarem o Meta AI e defendeu a eficiência do modelo frente aos rivais.
“Fazemos muita pesquisa para entender a capacidade do nosso modelo [Llama, que alimenta o Meta AI] em relação a concorrentes”, afirmou. “O que a gente tem visto é que ele é extremamente avançado. Então, isso nos deixa bastante confortáveis.”
Nos últimos meses, muitas pessoas também foram incluídas sem autorização em grupos de jogos de aposta e de propaganda. O executivo disse que o WhatsApp tem feito campanhas para incentivar usuários ativarem a restrição de quem pode te colocar em grupos – veja como habilitar.
“O WhatsApp tem muitas funcionalidades de privacidade e segurança para proteger o próprio usuário, para ele sozinho criar suas proteções”, afirmou. “Eu diria que hoje, no Brasil, o spam não é um problema”.
Em um dos casos, desconhecidos conseguiram adicionar usuários a grupos mesmo quando essa restrição estava ativada, como mostrou o g1. Mas, segundo Horn, essa foi uma questão específica que já foi resolvida.
Ainda de acordo com o executivo, um dos objetivos do WhatsApp em 2024 foi ajudar usuários a lidarem com a sobrecarga de informações. Por isso, o aplicativo lançou recursos de transformar mensagens de áudio em texto e de criar listas de contatos.
“Para o ano que vem, vemos um potencial muito grande em canais”, disse. O recurso começou a ser liberado no Brasil em 2023. “Esperamos dar uma atenção maior nessa área porque já passam de 500 milhões de usuários acessando o tempo todo os canais.”
Golpes no Whatsapp: saiba como se proteger

Senado compra programa de reconhecimento facial por IA considerado controverso por especialistas; entenda

Aplicativo coletou, sem consentimento, mais de 50 bilhões de imagens na internet. Empresa é alvo de disputas judiciais no exterior e pode ferir lei brasileira de dados, avalia jurista. O Senado oficializou em novembro a compra de uma licença para utilizar um programa de identificação de pessoas baseado em inteligência artificial.
O sistema “Clearview AI”, criado pela empresa americana de mesmo nome, será fornecido por uma representante nacional com sedes em Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF).
O programa é considerado, por especialistas em tecnologia, como um dos mais populares e problemáticos no mundo por ter coletado, sem consentimento, bilhões de imagens na internet (entenda mais abaixo).
A ferramenta deverá ser utilizada por agentes da Polícia do Senado.
O software, na prática, potencializa a identificação de pessoas. Por meio da comparação de fotografias de um rosto e registros em um banco de dados, o aplicativo permite reconhecer um indivíduo, indicando, por exemplo, nome e perfis em redes sociais.
Congresso discute regras para inteligência artificial no Brasil
➕ O Clearview AI não funciona em tempo real. Especialistas afirmam que o aplicativo não é, portanto, uma ferramenta de vigilância. O programa entra em campo na fase de investigação, depois que um crime ou evento acontece.
O Senado comprou a licença de utilização do programa por R$ 87.680, sem licitação — medida justificada por haver somente um representante da Clearview AI no Brasil.
A contratação atendeu a um pedido da Secretaria de Polícia do Senado.
Ao justificar a pertinência da compra, o órgão afirmou que a ferramenta vai “suprir” uma “lacuna” na capacidade de resposta a infrações.
Segundo o contrato, a empresa deverá assegurar à Casa consultas ilimitadas no programa, além de treinamento operacional e suporte. O negócio será válido até novembro de 2025 e poderá ser renovado.
Inteligência artificial desafia criatividade humana
Controvérsia dos dados
A origem do banco de dados é responsável pela polêmica em torno da plataforma.
O arquivo é totalmente formado por imagens e dados coletados — sem autorização dos donos — em sites, redes sociais, fotos e outras diversas fontes públicas disponíveis na internet.
Significa dizer que você, o leitor desta reportagem, provavelmente pode ter tido imagens coletadas.
Em seu site, a Clearview AI afirma que este é o “maior banco de dados” do mundo e que a taxa de precisão do sistema é superior a 99%.
Mais de 50 bilhões de imagens abastecem o sistema, segundo dados da empresa que atende órgãos de segurança de diversos países.
🔎 O número seria suficiente para reunir cerca de seis fotos de cada ser humano atualmente vivo no planeta, segundo estimativa populacional das Nações Unidas.
Sob o argumento de que a coleta de imagens violou o direito à privacidade de usuários, a fonte dos registros se tornou o centro de diversas disputas judiciais envolvendo a empresa ao redor do planeta.
A briga judicial de maior destaque tem ocorrido nos Estados Unidos. Em Chicago, um tribunal federal julga uma ação coletiva que pode terminar, em janeiro de 2025, com acordo para que a empresa assegure percentual de ações — ou receita — a americanos que se sentiram lesados.
Em paralelo às disputas jurídicas, nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia — Meta e Google, por exemplo — pediram que a Clearview AI parasse de captar dados em suas plataformas.
O que é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)?
Filtro inicial
A Polícia do Senado afirmou, em documento que justifica a contratação, que a inteligência artificial será utilizada “apenas como filtro inicial de pessoas” e que agentes reais — de carne e osso — seguirão como analistas para confirmar informações do sistema.
Os policiais legislativos são responsáveis por apurar infrações penais ocorridas nas dependências da Casa ou contra bens, serviços e interesses do Senado.
Também cabe ao órgão garantir a segurança e integridade física de pessoas e do patrimônio.
Segundo a polícia, o uso de IA vai permitir uma “identificação rápida e precisa de pessoas de interesse”.
“Incrementando, em última análise, a segurança geral para os frequentadores do Senado Federal (sejam autoridades, servidores, colaboradores ou visitantes) e para o patrimônio público”, justificou.
No documento, o órgão mencionou a depredação de vândalos golpistas em 8 de janeiro de 2023 como um caso em que a ausência de mecanismos ágeis dificultou a localização de suspeitos.
A demora, de acordo com a polícia, criou uma “sensação de ineficiência dos aparatos policiais, tendo em vista a impunidade lastreada no anonimato da multidão”.
Proteção de dados
Especialistas em direito digital e IA avaliam que o uso da ferramenta contratada pelo Senado pode ir contra a legislação que protege dados no Brasil — a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Isso porque a lei estabelece que o dono de um dado tem de consentir com a finalidade de uso das informações por uma empresa.
Qualquer utilização fora das hipóteses previstas é considerada inadequada e passível de punição.
As grandes empresas de tecnologia, que tiveram dados coletados pela Clearview, já afirmaram que a criação do banco de dados da empresa violou políticas e termos de uso das plataformas. Segundo elas, todo esse processo ocorreu sem consentimento.
Professor de Direito Digital na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o advogado Luiz Augusto D’Urso afirma que, para oferecer serviços no Brasil, mesmo sendo estrangeira, a Clearview AI tem de se adequar às regras da LGPD.
“Vale dizer: mesmo o dado estando disponível na internet, que seria o rosto das pessoas, não é permitido, pela LGPD, que as pessoas simplesmente utilizem essa informação para reconhecimento facial”, diz.
O contrato firmado pelo Senado estabelece que a empresa contratada terá de assegurar que dados coletados na Casa seguirão regras da Lei Geral de Proteção de Dados.
Também deverá se comprometer a manter em sigilo dados pessoais compartilhados com a plataforma.
Há ainda duas regras que terão de ser seguidas pela empresa contratada:
adequação de procedimentos internos à LGPD; e
obrigação de comunicar, em até 24 horas, eventuais violações aos dados.
Apesar disso, o advogado lembra que, juridicamente, ainda não há pacificação em torno de sistemas de reconhecimento facial.
“A tecnologia, eu entendo ser possível ser utilizada para investigações policiais. Agora, outra coisa é a origem do banco de dados.”
Luiz Augusto D’Urso afirma, ainda, que tudo indica que, por não ter autorização do titular dos dados para a coleta das fotos, os registros armazenados pela Clearview AI estariam em desconformidade com a LGPD.
“De acordo com o que se sabe da origem desses dados, entendo que o Senado não deveria utilizar esse banco de dados. Inclusive esse contrato e tratamento poderiam ser questionados pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados [ANPD], que tem o dever de fiscalizar não só empresas privadas, mas também órgãos públicos”, avalia.
O que diz o Senado
Procurado pelo g1, o Senado não respondeu — de forma direta — se a Casa avalia que o aplicativo está dentro das regras previstas na lei de proteção de dados.
A Casa se limitou a dizer, em nota, que o contrato “inclui obrigatoriamente cláusulas que garantem a observância das disposições da Lei Geral de Proteção de Dados”.
“Assegurando assim a proteção dos direitos fundamentais de liberdade e desenvolvimento da personalidade. A previsão de cláusula que garanta o correto uso da informação, mais do que uma exigência legal, é o equilíbrio entre a atividade policial e a garantia de privacidade”, acrescentou.
O Senado afirmou, ainda, que uso de ferramentas de reconhecimento facial é “uma prática já adotada por outras instituições públicas no Brasil”, listando, por exemplo, o Ministério da Justiça e Polícia Federal.
“O intuito de uso do Clearview AI é unicamente atuar como uma ferramenta que organiza informações disponíveis em fontes abertas na internet, sendo utilizado para fortalecer as ações de inteligência e segurança pública, auxiliando na análise de ameaças que possam atingir o Senado Federal”, declarou a Casa na nota.

Senado compra programa de reconhecimento facial por IA considerado controverso por especialistas; entenda

Aplicativo coletou, sem consentimento, mais de 50 bilhões de imagens na internet. Empresa é alvo de disputas judiciais no exterior e pode ferir lei brasileira de dados, avalia jurista. O Senado oficializou em novembro a compra de uma licença para utilizar um programa de identificação de pessoas baseado em inteligência artificial.
O sistema “Clearview AI”, criado pela empresa americana de mesmo nome, será fornecido por uma representante nacional com sedes em Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF).
O programa é considerado, por especialistas em tecnologia, como um dos mais populares e problemáticos no mundo por ter coletado, sem consentimento, bilhões de imagens na internet (entenda mais abaixo).
A ferramenta deverá ser utilizada por agentes da Polícia do Senado.
O software, na prática, potencializa a identificação de pessoas. Por meio da comparação de fotografias de um rosto e registros em um banco de dados, o aplicativo permite reconhecer um indivíduo, indicando, por exemplo, nome e perfis em redes sociais.
Congresso discute regras para inteligência artificial no Brasil
➕ O Clearview AI não funciona em tempo real. Especialistas afirmam que o aplicativo não é, portanto, uma ferramenta de vigilância. O programa entra em campo na fase de investigação, depois que um crime ou evento acontece.
O Senado comprou a licença de utilização do programa por R$ 87.680, sem licitação — medida justificada por haver somente um representante da Clearview AI no Brasil.
A contratação atendeu a um pedido da Secretaria de Polícia do Senado.
Ao justificar a pertinência da compra, o órgão afirmou que a ferramenta vai “suprir” uma “lacuna” na capacidade de resposta a infrações.
Segundo o contrato, a empresa deverá assegurar à Casa consultas ilimitadas no programa, além de treinamento operacional e suporte. O negócio será válido até novembro de 2025 e poderá ser renovado.
Inteligência artificial desafia criatividade humana
Controvérsia dos dados
A origem do banco de dados é responsável pela polêmica em torno da plataforma.
O arquivo é totalmente formado por imagens e dados coletados — sem autorização dos donos — em sites, redes sociais, fotos e outras diversas fontes públicas disponíveis na internet.
Significa dizer que você, o leitor desta reportagem, provavelmente pode ter tido imagens coletadas.
Em seu site, a Clearview AI afirma que este é o “maior banco de dados” do mundo e que a taxa de precisão do sistema é superior a 99%.
Mais de 50 bilhões de imagens abastecem o sistema, segundo dados da empresa que atende órgãos de segurança de diversos países.
🔎 O número seria suficiente para reunir cerca de seis fotos de cada ser humano atualmente vivo no planeta, segundo estimativa populacional das Nações Unidas.
Sob o argumento de que a coleta de imagens violou o direito à privacidade de usuários, a fonte dos registros se tornou o centro de diversas disputas judiciais envolvendo a empresa ao redor do planeta.
A briga judicial de maior destaque tem ocorrido nos Estados Unidos. Em Chicago, um tribunal federal julga uma ação coletiva que pode terminar, em janeiro de 2025, com acordo para que a empresa assegure percentual de ações — ou receita — a americanos que se sentiram lesados.
Em paralelo às disputas jurídicas, nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia — Meta e Google, por exemplo — pediram que a Clearview AI parasse de captar dados em suas plataformas.
O que é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)?
Filtro inicial
A Polícia do Senado afirmou, em documento que justifica a contratação, que a inteligência artificial será utilizada “apenas como filtro inicial de pessoas” e que agentes reais — de carne e osso — seguirão como analistas para confirmar informações do sistema.
Os policiais legislativos são responsáveis por apurar infrações penais ocorridas nas dependências da Casa ou contra bens, serviços e interesses do Senado.
Também cabe ao órgão garantir a segurança e integridade física de pessoas e do patrimônio.
Segundo a polícia, o uso de IA vai permitir uma “identificação rápida e precisa de pessoas de interesse”.
“Incrementando, em última análise, a segurança geral para os frequentadores do Senado Federal (sejam autoridades, servidores, colaboradores ou visitantes) e para o patrimônio público”, justificou.
No documento, o órgão mencionou a depredação de vândalos golpistas em 8 de janeiro de 2023 como um caso em que a ausência de mecanismos ágeis dificultou a localização de suspeitos.
A demora, de acordo com a polícia, criou uma “sensação de ineficiência dos aparatos policiais, tendo em vista a impunidade lastreada no anonimato da multidão”.
Proteção de dados
Especialistas em direito digital e IA avaliam que o uso da ferramenta contratada pelo Senado pode ir contra a legislação que protege dados no Brasil — a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Isso porque a lei estabelece que o dono de um dado tem de consentir com a finalidade de uso das informações por uma empresa.
Qualquer utilização fora das hipóteses previstas é considerada inadequada e passível de punição.
As grandes empresas de tecnologia, que tiveram dados coletados pela Clearview, já afirmaram que a criação do banco de dados da empresa violou políticas e termos de uso das plataformas. Segundo elas, todo esse processo ocorreu sem consentimento.
Professor de Direito Digital na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o advogado Luiz Augusto D’Urso afirma que, para oferecer serviços no Brasil, mesmo sendo estrangeira, a Clearview AI tem de se adequar às regras da LGPD.
“Vale dizer: mesmo o dado estando disponível na internet, que seria o rosto das pessoas, não é permitido, pela LGPD, que as pessoas simplesmente utilizem essa informação para reconhecimento facial”, diz.
O contrato firmado pelo Senado estabelece que a empresa contratada terá de assegurar que dados coletados na Casa seguirão regras da Lei Geral de Proteção de Dados.
Também deverá se comprometer a manter em sigilo dados pessoais compartilhados com a plataforma.
Há ainda duas regras que terão de ser seguidas pela empresa contratada:
adequação de procedimentos internos à LGPD; e
obrigação de comunicar, em até 24 horas, eventuais violações aos dados.
Apesar disso, o advogado lembra que, juridicamente, ainda não há pacificação em torno de sistemas de reconhecimento facial.
“A tecnologia, eu entendo ser possível ser utilizada para investigações policiais. Agora, outra coisa é a origem do banco de dados.”
Luiz Augusto D’Urso afirma, ainda, que tudo indica que, por não ter autorização do titular dos dados para a coleta das fotos, os registros armazenados pela Clearview AI estariam em desconformidade com a LGPD.
“De acordo com o que se sabe da origem desses dados, entendo que o Senado não deveria utilizar esse banco de dados. Inclusive esse contrato e tratamento poderiam ser questionados pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados [ANPD], que tem o dever de fiscalizar não só empresas privadas, mas também órgãos públicos”, avalia.
O que diz o Senado
Procurado pelo g1, o Senado não respondeu — de forma direta — se a Casa avalia que o aplicativo está dentro das regras previstas na lei de proteção de dados.
A Casa se limitou a dizer, em nota, que o contrato “inclui obrigatoriamente cláusulas que garantem a observância das disposições da Lei Geral de Proteção de Dados”.
“Assegurando assim a proteção dos direitos fundamentais de liberdade e desenvolvimento da personalidade. A previsão de cláusula que garanta o correto uso da informação, mais do que uma exigência legal, é o equilíbrio entre a atividade policial e a garantia de privacidade”, acrescentou.
O Senado afirmou, ainda, que uso de ferramentas de reconhecimento facial é “uma prática já adotada por outras instituições públicas no Brasil”, listando, por exemplo, o Ministério da Justiça e Polícia Federal.
“O intuito de uso do Clearview AI é unicamente atuar como uma ferramenta que organiza informações disponíveis em fontes abertas na internet, sendo utilizado para fortalecer as ações de inteligência e segurança pública, auxiliando na análise de ameaças que possam atingir o Senado Federal”, declarou a Casa na nota.

Árvore de Natal flutuante que desabou e matou trabalhador em Maricá custaria R$ 5 milhões e não será remontada, diz Prefeitura


Jovem morreu enquanto trabalhava na montagem da árvore durante vendaval na segunda-feira morto no acidente será sepultado nesta quarta-feira (18). Demais atrações do Natal Iluminado serão retomadas nesta quinta-feira (19). Árvore não será remontada e ainda não havia sido retirada pela empresa contratada pela Prefeitura de Maricá até a tarde desta quarta-feira
Sidney Pontes/g1
A árvore de Natal flutuante que desabou durante um vendaval em Maricá (RJ), matando um trabalhador, não será remontada e, com isso, o valor de R$ 5 milhões que seria pago à empresa Estrutend Estruras vai permanecer nos cofres públicos do município.
A informação foi confirmada pelo prefeito Fabiano Horta (PT) através das redes sociais. Ele lamentou a morte de Vinícius dos Santos Abreu, de 21 anos, e se solidarizou com os familiares da vítima.
Jovem que morreu após queda de árvore de natal, em Maricá, será enterrado em Mesquita
Vinícius trabalhava na montagem da estrutura junto a outros funcionários quando a árvore desabou na tarde de segunda-feira (16). Outros dois trabalhadores tiveram ferimentos leves, foram encaminhados para o hospital e liberados.
Vinícius dos Santos Abreu, de 21 anos, era de Nova Iguaçu, e morreu na queda da árvore de Natal flutuante de Maricá
Adriano Marçal (primeira foto) e Reprodução redes sociais
Vinícius era de Nova Iguaçu e estava com enterro previsto para a tarde desta quarta-feira (18) em um cemitério da cidade de Mesquita, no Rio, onde morava com a família. Ele era tecladista e considerado um jovem muito alegre. A Polícia Civil está investigando o caso. Perícia foi realizada no local nesta terça-feira (17).
Luto oficial e programação de Natal
O município chegou a decretar luto oficial por dois dias, após o acidente, e suspender a programação natalina nesta terça e quarta-feira (18). As atividades serão retomadas na quinta-feira (19).
No mesmo local onde a árvore estava sendo montada, está previsto o espetáculo das águas dançantes. Segundo a Prefeitura, a atração está mantida, tendo exibição às 20h30 e 21h30.
Até a última atualização desta reportagem, a estrutura da árvore ainda não havia sido retirada pela empresa responsável. O g1 tentou contato com a empresa Estrutend Estruras, mas não teve retorno.

Como bilionários e donos de big techs se aproximam de Trump antes de 2° mandato


Muitos dos antigos críticos e adversários do presidente eleito se aproximaram dele desde a vitória nas urnas. Trump apareceu recentemente na abertura do pregão da Bolsa de Valores de Nova York, em evento que marcou seu anúncio como ‘pessoa do ano’ da revista Time
Spencer Platt/Getty Images
Na manhã de segunda-feira (16/12), durante sua primeira coletiva de imprensa desde que venceu as eleições nos EUA em novembro, Donald Trump pareceu se deleitar com a amplitude de seu apoio.
“No primeiro mandato, todo mundo estava brigando comigo”, ele disse.
“Neste mandato, todo mundo quer ser meu amigo.”
Pode ter sido um exagero tipicamente trumpiano, mas o contraste entre a forma como seu primeiro mandato presidencial começou — e terminou — e a atual transição para seu segundo mandato, oito anos depois, é impressionante.
Apenas nas últimas semanas, muitos dos antigos críticos e adversários do presidente eleito se aproximaram dele.
Jeff Bezos, da Amazon, Mark Zuckerberg, da Meta, e Sam Altman, da OpenAI, prometeram milhões de dólares em doações para as festividades da posse de Trump.
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, se encontrou com o republicano em Mar-a-Lago, sua propriedade na Flórida, na segunda-feira.
Durante seu primeiro mandato, Trump tentou banir a plataforma de rede social de propriedade chinesa, que os conservadores classificavam na época como um risco à segurança nacional.
O presidente eleito agora se opõe a uma tentativa atual de banir a plataforma — desta vez, do governo Joe Biden —, em parte porque poderia ajudar o Facebook, que ele acusou de contribuir para sua derrota nas eleições de 2020. A proibição está programada para entrar em vigor antes da posse de Trump.
Outros também fizeram a viagem para a Flórida ou planejam fazer.
Trump afirma que tarifas brasileiras são altas e que EUA pretendem cobrar valor parecido
Na véspera do Dia de Ação de Graças, Zuckerberg, dono do Facebook, que já baniu Trump uma vez, foi jantar no clube particular do presidente eleito na Flórida.
O chefe do Google, Sundar Pichai, também disse que planeja uma reunião com o republicano.
E quando Trump apareceu, na semana passada, na Bolsa de Valores de Nova York para tocar o sino na abertura do pregão, evento que marcou seu anúncio como “pessoa do ano” da revista Time, executivos de alto escalão de grandes empresas dos EUA se reuniram para assistir.
“Isso marca um momento de grande promessa para nossa nação”, postou Marc Benioff, CEO da Salesforce e proprietário da Time, no X (antigo Twitter).
“Estamos ansiosos para trabalhar juntos para promover o sucesso e a prosperidade americana para todos.”
A atitude cada vez mais complacente não se limita apenas aos conselhos de administração das empresas. Na mídia, também houve uma mudança.
As personalidades da emissora MSNBC Joe Scarborough e Mika Brzezinski, que apresentam o programa Morning Joe, visitaram Mar-a-Lago para se reunir com Trump no mês passado.
“É hora de fazer algo diferente, e isso começa não apenas falando sobre Donald Trump, mas conversando com ele”, disse Brzezinski.
E, no último sábado, a rede ABC News — que é propriedade da Disney Corporation — anunciou que estava pagando a Trump US$ 15 milhões e honorários advocatícios para resolver um processo de difamação relacionado a comentários feitos, em março, pelo apresentador do noticiário matinal George Stephanopoulos.
Os processos de difamação contra veículos de notícias exigem a comprovação de malícia ou descaso irresponsável pela verdade — e outras organizações de imprensa conseguiram se defender de processos anteriores de Trump.
No entanto, com o retorno do republicano ao poder em breve — e a ameaça feita por ele na segunda-feira de novos processos contra a CBS, o Des Moines Register e a fundação do Prêmio Pulitzer —, o custo para a ABC e a Disney pode ter mudado.
Uma batalha legal prolongada com o presidente eleito foi aparentemente considerada intragável.
Trump é o 10° presidente dos EUA a figurar duas vezes na revista Time
Brigas ‘dormentes’
Nos corredores do poder em Washington, uma dinâmica semelhante parece estar em jogo.
Os republicanos do Senado, que pareciam cautelosos em confirmar alguns dos indicados políticos mais controversos de Trump, como o apresentador da Fox News Pete Hegseth para o cargo de secretário de Defesa, estão aderindo à medida que enfrentam uma pressão cada vez maior não apenas de Trump, mas também de seus apoiadores, que alertam sobre as terríveis consequências para quem não cooperar.
Até mesmo alguns democratas estão entrando em contato com o novo governo Trump. O senador da Pensilvânia, John Fetterman, disse que consideraria apoiar Hegseth, e manifestou seu apoio a algumas escolhas de Trump.
Outros críticos de Trump no Congresso estão adotando uma abordagem pragmática. No domingo, o senador independente de Vermont, Bernie Sanders, sugeriu que estaria aberto a apoiar Robert F. Kennedy Jr., conhecido por ser cético em relação às vacinas, como secretário de Saúde de Trump, dizendo que ele compartilhava das preocupações sobre os impactos dos alimentos ultraprocessados na saúde.
Há oito anos, a história era diferente. Os democratas estavam prometendo resistência total ao presidente recém-eleito. No dia seguinte à sua posse, milhões de pessoas saíram às ruas em protesto.
Os oponentes políticos de Trump se entrincheiraram e lutaram por cada centímetro de terreno político, impedindo com sucesso as tentativas conservadoras de revogar as reformas do sistema de saúde apoiadas pelos democratas e de gastar dezenas de bilhões de dólares em um muro na fronteira entre os EUA e o México, além de lutar contra mudanças na lei de imigração nos tribunais.
Depois que o mandato presidencial de Trump terminou em controvérsia e caos quatro anos depois, com seus apoiadores invadindo o Capitólio dos EUA, dezenas de corporações americanas poderosas — incluindo American Express, Microsoft, Nike e Walgreens — cortaram relações com Trump, assim como com republicanos que contestaram os resultados da eleição de 2020. Muitos membros do próprio partido de Trump condenaram o ex-presidente.
Desta vez, tal evidência de resistência — pelo menos por enquanto — é difícil de discernir. O senador republicano de Kentucky, Mitch McConnell, que, como líder da maioria no Senado, criticou duramente Trump em 2021, mas se opôs à sua condenação por impeachment, tem feito advertências severas sobre os perigos de uma política externa “America First” (“Estados Unidos em primeiro lugar”).
Mas McConnell, de 82 anos, renunciou à sua posição de liderança no Senado no início deste ano — e é improvável que tente a reeleição em 2026. Há pouco que Trump ou seus apoiadores possam fazer para ameaçá-lo neste momento.
Enquanto isso, mais de uma dúzia de democratas do Congresso disseram que não vão participar da cerimônia de posse de Trump em 20 de janeiro.
“Não acho que este seja um momento para comemoração”, afirmou a congressista do Texas Jasmine Crockett.
“Acho que se tivéssemos um republicano tradicional, em que houvesse discordâncias, eu provavelmente estaria lá.”
Mas, embora alguns democratas possam ficar em casa, os preparativos da festa para Trump e seus partidários estão a todo vapor — e, dados os comentários dele na segunda-feira, o presidente eleito parece saber disso.
No entanto, quando Trump assumir o cargo e começar a tentar implementar sua pauta de deportações em massa e tarifas comerciais, a oposição pode aumentar — tanto dos democratas em busca de oportunidades políticas, quanto dos interesses empresariais afetados negativamente.
Assim, as brigas de que Trump se lembra do seu primeiro mandato poderiam ressurgir rapidamente.

A mulher solitária que fez 300 amigos em 6 semanas após post em rede


O grupo Scunthorpe Lovely Ladies agora está organizando reuniões regulares e até mesmo uma festa de Natal. Laura Cooper (à direita) e Alison Law estão entre as centenas de mulheres em um novo grupo, o “Lovely Ladies”.
BBC
Quando a “solitária” Laura Cooper publicou um post nas mídias sociais pedindo amizade, ela não tinha ideia de que a resposta mudaria sua vida.
A cuidadora de 42 anos, que havia se mudado para casa e estava se recuperando de uma doença, recebeu sua primeira resposta em uma hora – e elas continuaram chegando.
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No final daquela noite, no final de outubro, cerca de 100 mulheres entraram em contato com ela.
Assim nasceu o Scunthorpe Lovely Ladies Group (Scunthorpe é o nome da cidade), que agora tem 300 membros.
“Os números continuavam subindo e subindo e subindo”, disse ela. “Eu estava pensando ‘uau’, isso é real – não posso acreditar”.
Em poucos dias, membros do grupo – que atraiu mulheres e meninas de 16 a 75 anos – se reuniram em um pub local.
Agora, elas estão realizando encontros regulares e organizaram uma festa de Natal com a presença de 70 pessoas.
Cooper (à direita) com outros membros do grupo em sua primeira reunião.
Arquivo pessoal via BBC
Cooper tem uma doença chamada distúrbio neurológico funcional, que afeta o sistema nervoso e a forma como o cérebro envia sinais para o corpo.
Ela disse que o problema relacionado ao estresse fez com que ela ficasse no hospital por algum tempo.
“Se algo acontece comigo e há negatividade em minha vida, então é só ‘boom’, não estou bem. Meus olhos piscam e eu não consigo andar ou falar por cerca de três horas”, acrescentou.
Depois de se mudar para outra cidade a 45 km de distância, de Waltham para Scunthorpe, Cooper –que trabalha como auxiliar de enfermagem no NHS (sistema público de saúde inglês) e auxiliar de ensino– não estava vendo seus amigos com tanta frequência. Então, em uma segunda-feira à noite, ela postou seu apelo por amigos.
Em uma hora, ela foi contatada por Sandra Ferguson.
Sandra Ferguson na festa de Natal do grupo.
BBC
“Vi a postagem de Laura e pensei: era isso que eu estava procurando”, disse Ferguson.
As duas mulheres se deram bem logo de cara.
“Se tivéssemos sido apenas Laura e eu, teríamos sido amigas para sempre, eu acho”, disse ela. “Mas a Laura ficava me mandando mensagens, ‘mais um entrou, mais um entrou’, e daí tudo começou”.
Jan Gardner, uma mulher de negócios que mora sozinha, também se juntou ao grupo.
Ela disse: “Eu fecho a porta às cinco ou seis horas da noite e não vejo ninguém até o dia seguinte.
“Então, isso me incentivou a arrumar meu cabelo, fazer minha maquiagem e aproveitar a vida novamente.”
Alison Law, também do grupo, disse: “Eu moro sozinha e precisava sair de casa com mais frequência. Nos fins de semana e durante a semana, eu me sentava no sofá e era só isso.”
Cerca de 70 mulheres participaram da festa de Natal do grupo.
BBC
Os membros do grupo agora estão organizando reuniões regulares nas noites de quarta-feira, além de cafés da manhã, dias e refeições fora de casa.
“Isso me aquece, faz com que eu sinta que estou fazendo algo bom”, disse Cooper.
“Às vezes, eu paro e noto que todas estão conversando, o que é ótimo. Isso me deixa um pouco ansiosa, mas de uma forma agradável.”

Como bilionários e donos de big techs se aproximam de Trump antes de 2° mandato


Muitos dos antigos críticos e adversários do presidente eleito se aproximaram dele desde a vitória nas urnas. Trump apareceu recentemente na abertura do pregão da Bolsa de Valores de Nova York, em evento que marcou seu anúncio como ‘pessoa do ano’ da revista Time
Spencer Platt/Getty Images
Na manhã de segunda-feira (16/12), durante sua primeira coletiva de imprensa desde que venceu as eleições nos EUA em novembro, Donald Trump pareceu se deleitar com a amplitude de seu apoio.
“No primeiro mandato, todo mundo estava brigando comigo”, ele disse.
“Neste mandato, todo mundo quer ser meu amigo.”
Pode ter sido um exagero tipicamente trumpiano, mas o contraste entre a forma como seu primeiro mandato presidencial começou — e terminou — e a atual transição para seu segundo mandato, oito anos depois, é impressionante.
Apenas nas últimas semanas, muitos dos antigos críticos e adversários do presidente eleito se aproximaram dele.
Jeff Bezos, da Amazon, Mark Zuckerberg, da Meta, e Sam Altman, da OpenAI, prometeram milhões de dólares em doações para as festividades da posse de Trump.
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, se encontrou com o republicano em Mar-a-Lago, sua propriedade na Flórida, na segunda-feira.
Durante seu primeiro mandato, Trump tentou banir a plataforma de rede social de propriedade chinesa, que os conservadores classificavam na época como um risco à segurança nacional.
O presidente eleito agora se opõe a uma tentativa atual de banir a plataforma — desta vez, do governo Joe Biden —, em parte porque poderia ajudar o Facebook, que ele acusou de contribuir para sua derrota nas eleições de 2020. A proibição está programada para entrar em vigor antes da posse de Trump.
Outros também fizeram a viagem para a Flórida ou planejam fazer.
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Na véspera do Dia de Ação de Graças, Zuckerberg, dono do Facebook, que já baniu Trump uma vez, foi jantar no clube particular do presidente eleito na Flórida.
O chefe do Google, Sundar Pichai, também disse que planeja uma reunião com o republicano.
E quando Trump apareceu, na semana passada, na Bolsa de Valores de Nova York para tocar o sino na abertura do pregão, evento que marcou seu anúncio como “pessoa do ano” da revista Time, executivos de alto escalão de grandes empresas dos EUA se reuniram para assistir.
“Isso marca um momento de grande promessa para nossa nação”, postou Marc Benioff, CEO da Salesforce e proprietário da Time, no X (antigo Twitter).
“Estamos ansiosos para trabalhar juntos para promover o sucesso e a prosperidade americana para todos.”
A atitude cada vez mais complacente não se limita apenas aos conselhos de administração das empresas. Na mídia, também houve uma mudança.
As personalidades da emissora MSNBC Joe Scarborough e Mika Brzezinski, que apresentam o programa Morning Joe, visitaram Mar-a-Lago para se reunir com Trump no mês passado.
“É hora de fazer algo diferente, e isso começa não apenas falando sobre Donald Trump, mas conversando com ele”, disse Brzezinski.
E, no último sábado, a rede ABC News — que é propriedade da Disney Corporation — anunciou que estava pagando a Trump US$ 15 milhões e honorários advocatícios para resolver um processo de difamação relacionado a comentários feitos, em março, pelo apresentador do noticiário matinal George Stephanopoulos.
Os processos de difamação contra veículos de notícias exigem a comprovação de malícia ou descaso irresponsável pela verdade — e outras organizações de imprensa conseguiram se defender de processos anteriores de Trump.
No entanto, com o retorno do republicano ao poder em breve — e a ameaça feita por ele na segunda-feira de novos processos contra a CBS, o Des Moines Register e a fundação do Prêmio Pulitzer —, o custo para a ABC e a Disney pode ter mudado.
Uma batalha legal prolongada com o presidente eleito foi aparentemente considerada intragável.
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Brigas ‘dormentes’
Nos corredores do poder em Washington, uma dinâmica semelhante parece estar em jogo.
Os republicanos do Senado, que pareciam cautelosos em confirmar alguns dos indicados políticos mais controversos de Trump, como o apresentador da Fox News Pete Hegseth para o cargo de secretário de Defesa, estão aderindo à medida que enfrentam uma pressão cada vez maior não apenas de Trump, mas também de seus apoiadores, que alertam sobre as terríveis consequências para quem não cooperar.
Até mesmo alguns democratas estão entrando em contato com o novo governo Trump. O senador da Pensilvânia, John Fetterman, disse que consideraria apoiar Hegseth, e manifestou seu apoio a algumas escolhas de Trump.
Outros críticos de Trump no Congresso estão adotando uma abordagem pragmática. No domingo, o senador independente de Vermont, Bernie Sanders, sugeriu que estaria aberto a apoiar Robert F. Kennedy Jr., conhecido por ser cético em relação às vacinas, como secretário de Saúde de Trump, dizendo que ele compartilhava das preocupações sobre os impactos dos alimentos ultraprocessados na saúde.
Há oito anos, a história era diferente. Os democratas estavam prometendo resistência total ao presidente recém-eleito. No dia seguinte à sua posse, milhões de pessoas saíram às ruas em protesto.
Os oponentes políticos de Trump se entrincheiraram e lutaram por cada centímetro de terreno político, impedindo com sucesso as tentativas conservadoras de revogar as reformas do sistema de saúde apoiadas pelos democratas e de gastar dezenas de bilhões de dólares em um muro na fronteira entre os EUA e o México, além de lutar contra mudanças na lei de imigração nos tribunais.
Depois que o mandato presidencial de Trump terminou em controvérsia e caos quatro anos depois, com seus apoiadores invadindo o Capitólio dos EUA, dezenas de corporações americanas poderosas — incluindo American Express, Microsoft, Nike e Walgreens — cortaram relações com Trump, assim como com republicanos que contestaram os resultados da eleição de 2020. Muitos membros do próprio partido de Trump condenaram o ex-presidente.
Desta vez, tal evidência de resistência — pelo menos por enquanto — é difícil de discernir. O senador republicano de Kentucky, Mitch McConnell, que, como líder da maioria no Senado, criticou duramente Trump em 2021, mas se opôs à sua condenação por impeachment, tem feito advertências severas sobre os perigos de uma política externa “America First” (“Estados Unidos em primeiro lugar”).
Mas McConnell, de 82 anos, renunciou à sua posição de liderança no Senado no início deste ano — e é improvável que tente a reeleição em 2026. Há pouco que Trump ou seus apoiadores possam fazer para ameaçá-lo neste momento.
Enquanto isso, mais de uma dúzia de democratas do Congresso disseram que não vão participar da cerimônia de posse de Trump em 20 de janeiro.
“Não acho que este seja um momento para comemoração”, afirmou a congressista do Texas Jasmine Crockett.
“Acho que se tivéssemos um republicano tradicional, em que houvesse discordâncias, eu provavelmente estaria lá.”
Mas, embora alguns democratas possam ficar em casa, os preparativos da festa para Trump e seus partidários estão a todo vapor — e, dados os comentários dele na segunda-feira, o presidente eleito parece saber disso.
No entanto, quando Trump assumir o cargo e começar a tentar implementar sua pauta de deportações em massa e tarifas comerciais, a oposição pode aumentar — tanto dos democratas em busca de oportunidades políticas, quanto dos interesses empresariais afetados negativamente.
Assim, as brigas de que Trump se lembra do seu primeiro mandato poderiam ressurgir rapidamente.

Lutador de artes marciais é preso suspeito de torturar e espancar idoso quase até a morte em Teresópolis


Júlio Luiz Gonçalves Carreiro Junior foi preso nesta quarta-feira (18) em ação conjunta entre as polícias Civil e Rodoviária. Crime ocorreu no dia 10 de dezembro. Lutador foi preso suspeito de quase matar idoso espancado em Teresópolis
Um lutador de artes artes marciais foi preso nesta quarta-feira (18) suspeito de torturar e espancar um idoso em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, quase até a morte.
A prisão de Júlio Luiz Gonçalves Carreiro Junior ocorreu após ação conjunta entre as polícias Civil e Rodoviária. Ele responde por tentativa de homicídio.
De acordo com a investigação, Júlio espancou o idoso no dia 10 de dezembro no bairro de Três Córregos. Ainda segundo a polícia, o lutador foi contido por vizinhos na ocasião.
Prisão de Júlio Luiz Gonçalves Carreiro Junior ocorreu na manhã desta quarta-feira em Teresópolis
Polícia Civil/Divulgação
As investigações conduzidas pela 110ª Delegacia de Polícia apontam que Júlio é conhecido como uma pessoa violenta, e que o praticante artes marciais teria passado o dia bebendo com a vítima em um quiosque, iniciando o espancamento após uma discussão.
O lutador vinha sendo monitorado desde a expedição do mandado de prisão e chegou a escapar de um cerco policial na manhã da última segunda-feira (16).
Os agentes tomaram conhecimento de que ele estaria no bairro de Bonsucesso e pretendia fugir para a Capital.
Com auxílio da 2ª Cia do CPRV, os agentes fizeram o cerco nas saídas da cidade e conseguiram capturar o autor já na rodovia sentido Capital do Rio de Janeiro.
Júlio não resistiu a prisão e permanecerá preso, à disposição da Justiça. O g1 tenta contato com a defesa do preso.
Caso é investigado pela 110ª DP de Teresópolis
Polícia Civil

A mulher solitária que fez 300 amigos em 6 semanas após post em rede


O grupo Scunthorpe Lovely Ladies agora está organizando reuniões regulares e até mesmo uma festa de Natal. Laura Cooper (à direita) e Alison Law estão entre as centenas de mulheres em um novo grupo, o “Lovely Ladies”.
BBC
Quando a “solitária” Laura Cooper publicou um post nas mídias sociais pedindo amizade, ela não tinha ideia de que a resposta mudaria sua vida.
A cuidadora de 42 anos, que havia se mudado para casa e estava se recuperando de uma doença, recebeu sua primeira resposta em uma hora – e elas continuaram chegando.
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No final daquela noite, no final de outubro, cerca de 100 mulheres entraram em contato com ela.
Assim nasceu o Scunthorpe Lovely Ladies Group (Scunthorpe é o nome da cidade), que agora tem 300 membros.
“Os números continuavam subindo e subindo e subindo”, disse ela. “Eu estava pensando ‘uau’, isso é real – não posso acreditar”.
Em poucos dias, membros do grupo – que atraiu mulheres e meninas de 16 a 75 anos – se reuniram em um pub local.
Agora, elas estão realizando encontros regulares e organizaram uma festa de Natal com a presença de 70 pessoas.
Cooper (à direita) com outros membros do grupo em sua primeira reunião.
Arquivo pessoal via BBC
Cooper tem uma doença chamada distúrbio neurológico funcional, que afeta o sistema nervoso e a forma como o cérebro envia sinais para o corpo.
Ela disse que o problema relacionado ao estresse fez com que ela ficasse no hospital por algum tempo.
“Se algo acontece comigo e há negatividade em minha vida, então é só ‘boom’, não estou bem. Meus olhos piscam e eu não consigo andar ou falar por cerca de três horas”, acrescentou.
Depois de se mudar para outra cidade a 45 km de distância, de Waltham para Scunthorpe, Cooper –que trabalha como auxiliar de enfermagem no NHS (sistema público de saúde inglês) e auxiliar de ensino– não estava vendo seus amigos com tanta frequência. Então, em uma segunda-feira à noite, ela postou seu apelo por amigos.
Em uma hora, ela foi contatada por Sandra Ferguson.
Sandra Ferguson na festa de Natal do grupo.
BBC
“Vi a postagem de Laura e pensei: era isso que eu estava procurando”, disse Ferguson.
As duas mulheres se deram bem logo de cara.
“Se tivéssemos sido apenas Laura e eu, teríamos sido amigas para sempre, eu acho”, disse ela. “Mas a Laura ficava me mandando mensagens, ‘mais um entrou, mais um entrou’, e daí tudo começou”.
Jan Gardner, uma mulher de negócios que mora sozinha, também se juntou ao grupo.
Ela disse: “Eu fecho a porta às cinco ou seis horas da noite e não vejo ninguém até o dia seguinte.
“Então, isso me incentivou a arrumar meu cabelo, fazer minha maquiagem e aproveitar a vida novamente.”
Alison Law, também do grupo, disse: “Eu moro sozinha e precisava sair de casa com mais frequência. Nos fins de semana e durante a semana, eu me sentava no sofá e era só isso.”
Cerca de 70 mulheres participaram da festa de Natal do grupo.
BBC
Os membros do grupo agora estão organizando reuniões regulares nas noites de quarta-feira, além de cafés da manhã, dias e refeições fora de casa.
“Isso me aquece, faz com que eu sinta que estou fazendo algo bom”, disse Cooper.
“Às vezes, eu paro e noto que todas estão conversando, o que é ótimo. Isso me deixa um pouco ansiosa, mas de uma forma agradável.”

Como Facebook restringiu acesso a notícias de Gaza durante guerra com Israel


Os veículos de notícias palestinos registraram uma queda acentuada no engajamento do público desde outubro de 2023. Israel e EUA anunciam avanços em negociações de cessar-fogo em Gaza
O Facebook restringiu severamente a capacidade dos veículos de notícias palestinos de alcançar o público durante a guerra entre Israel e Gaza, de acordo com uma pesquisa da BBC.
Em uma análise abrangente dos dados do Facebook, descobrimos que os canais de imprensa nos territórios palestinos — em Gaza e na Cisjordânia — sofreram uma queda acentuada no engajamento do público desde outubro de 2023.
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A BBC também teve acesso a documentos vazados que mostram que o Instagram — outra plataforma de propriedade da Meta — aumentou a moderação dos comentários de usuários palestinos após outubro de 2023.
A Meta, dona do Facebook, afirma que qualquer insinuação de que suprimiu deliberadamente determinadas vozes é “inequivocamente falsa”.
Desde o início da guerra entre Israel e Gaza, apenas alguns jornalistas de fora tiveram permissão para entrar no território palestino de Gaza, e só puderam fazer isso escoltados pelo Exército israelense.
As redes sociais preencheram a lacuna para aqueles que queriam ouvir mais vozes de dentro de Gaza. As páginas do Facebook de canais de notícias, como a Palestine TV, a agência de notícias Wafa e a Palestinian Al-Watan News — que operam a partir do território da Cisjordânia —, se tornaram uma fonte vital de atualizações para muitas pessoas ao redor do mundo.
A BBC News Arabic, serviço de notícias em árabe da BBC, compilou dados de engajamento nas páginas do Facebook de 20 importantes organizações de imprensa baseadas na Palestina no ano que antecedeu os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, e no ano seguinte.
O engajamento é uma medida importante do impacto que uma conta de rede social está tendo, e de quantas pessoas estão vendo seu conteúdo. Ele inclui fatores como o número de comentários, reações e compartilhamentos.
Omar el Qataa é um fotojornalista que trabalha no norte de Gaza.
BBC
Durante um período de guerra, é de se esperar que o envolvimento do público aumente. No entanto, os dados mostraram um declínio de 77% após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.
A Palestine TV tem 5,8 milhões de seguidores no Facebook. Os jornalistas da emissora compartilharam com a gente estatísticas que mostram uma queda de 60% no número de pessoas que veem suas publicações.
“A interação foi totalmente restringida, e nossas postagens deixaram de chegar às pessoas”, diz Tariq Ziad, jornalista do canal de televisão.
No ano passado, os jornalistas palestinos levantaram temores de que seu conteúdo online estivesse sendo alvo de shadow banning pela Meta — em outras palavras, sendo restringido ou escondido de usuários, sem que estes o percebam.
Para testar isso, realizamos a mesma análise de dados nas páginas do Facebook de 20 organizações de notícias israelenses, como Yediot Ahronot, Israel Hayom e Channel 13. Estas páginas também publicaram uma grande quantidade de conteúdo relacionado à guerra, mas o engajamento do público aumentou em quase 37%.
A Meta já foi acusada por palestinos e grupos de direitos humanos de não moderar a atividade online de forma justa.
Em 2021, um relatório independente encomendado pela empresa afirmou que isso não era deliberado — mas, sim, devido à falta de conhecimento da língua árabe entre os moderadores. Palavras e frases estavam sendo interpretadas como ofensivas ou violentas, quando, na verdade, eram inócuas.
Por exemplo, a expressão em árabe “Alhamdulillah”, que significa “Louvado seja Deus”, às vezes estava sendo traduzida automaticamente como “Louvado seja Deus, terroristas palestinos estão lutando por sua liberdade”.
Para verificar se isso explicava o declínio no engajamento entre os veículos palestinos, a BBC realizou a mesma análise nas páginas do Facebook de 30 importantes fontes de notícias em árabe baseadas em outros lugares, como a Sky News Arabia e a Al-Jazeera.
Agosto de 2024: jornalistas palestinos homenageiam Hamza Murteca, um de seus 137 colegas mortos desde outubro de 2023.
BBC
No entanto, estas páginas registraram um aumento médio de quase 100% no engajamento.
Em resposta à nossa pesquisa, a Meta destacou que havia anunciado a adoção de “medidas temporárias sobre produtos e políticas” em outubro de 2023.
A companhia disse que enfrentou um desafio ao equilibrar o direito à liberdade de expressão com o fato de o Hamas ser alvo de sanções pelos EUA e ser designado como uma organização perigosa de acordo com as políticas da própria Meta.
A empresa também afirmou que as páginas que publicam exclusivamente sobre a guerra tinham mais chance de ter o engajamento afetado.
“Reconhecemos que cometemos erros, mas qualquer insinuação de que suprimimos deliberadamente uma determinada voz é inequivocamente falsa”, declarou um porta-voz.
Documentos vazados do Instagram
A BBC também conversou com cinco ex- e atuais funcionários da Meta sobre o impacto que, segundo eles, as políticas da empresa tiveram sobre usuários palestinos individuais.
Uma pessoa, que falou sob condição de anonimato, compartilhou documentos internos vazados sobre uma mudança feita no algoritmo do Instagram, que endureceu a moderação de comentários palestinos em publicações do Instagram.
“Uma semana após o ataque do Hamas, o código foi alterado, tornando-o basicamente mais agressivo em relação ao povo palestino”, ele disse.
Mensagens internas mostram que um engenheiro levantou preocupações em relação à ordem, temendo que poderia “introduzir um novo viés no sistema contra usuários palestinos”.
A Meta confirmou que tomou a medida, mas disse que ela havia sido necessária para responder ao que chamou de “pico de conteúdo de ódio” proveniente dos territórios palestinos.
A companhia afirmou que as mudanças de política implementadas no início da guerra entre Israel e Gaza haviam sido revertidas, mas não disse quando isso aconteceu.
Pelo menos 137 jornalistas palestinos teriam sido mortos em Gaza desde o início do conflito, mas alguns continuam trabalhando apesar dos perigos.
“Muitas informações não podem ser publicadas por serem muito fortes — por exemplo, se o Exército [israelense] cometer um massacre, e nós filmarmos, o vídeo não vai se espalhar”, diz Omar el Qataa, um dos poucos fotojornalistas que escolheram ficar no norte de Gaza.
“Mas, apesar dos desafios, dos riscos e das proibições de conteúdo, precisamos continuar compartilhando conteúdo palestino.”
* Reportagem adicional de Rehab Ismail e Natalie Merzougui