Starlink pode perder autorização para prestar serviço no Brasil, diz presidente da Anatel

Starlink comunicou neste domingo que não cumpriria ordem de Moraes. Presidente da Anatel afirmou que reportará ao ministro caso decisão não esteja sendo seguida. Anatel: Starlink pode perder outorga
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, disse que a Starlink, de Elon Musk, pode perder a autorização para prestar serviço no Brasil caso se confirme que a empresa esta descumprindo a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de derrubada do acesso ao X.
Em entrevista ao Estúdio i, nesta segunda-feira (2), Baigorri disse que, havendo materialidade que indique o descumprimento de decisão judicial pela empresa de Musk, um processo administrativo será aberto. Durante o processo, caso seja instaurado, será assegurado à Starlink o direito à ampla defesa.
“Segue a lei do processo administrativo. As sanções possíveis são aquelas previstas na lei geral de telecomunicações, começando na advertência, sanção de multa e aí, depois, a cassação da outorga. Perdendo a outorga, [a Starlink] perde autorização de prestar os serviços de telecomunicações no Brasil”, disse.
O órgão fiscaliza se a Starlink está ou não cumprindo a determinação judicial e, segundo Baigorri, a desobediência será reportada a Moraes e a Anatel abrirá um procedimento administrativo contra a empresa.
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No domingo (1º), a Starlink comunicou ao presidente da Anatel que não cumpriria a decisão de Moraes até que as contas da empresa, bloqueadas também por determinação do ministro, fossem desbloqueadas pela Justiça.
A Starlink é uma provedora de internet por satélite, e tem 225 mil usuários no Brasil. É a 16ª operadora em número de clientes no país. Tanto o X quanto a Starlink são empresas do bilionário do Vale do Silício Elon Musk, que é alvo de inquéritos no STF relatados por Alexandre de Moraes.
Desde abril, Musk vem descumprindo decisões judiciais ao não bloquear perfis que disseminam desinformação e ataques às instituições democráticas. Além disso, não paga multas impostas pelo Supremo.
Leia também:
Anatel fiscaliza se Starlink cumpriu ordem de derrubar X e pode abrir processo contra empresa de Musk
Moraes manda suspender o X no Brasil após rede não designar um representante legal no país
Starlink, de Musk, também terá que suspender o acesso ao X
Juristas criticam decisão de Moraes que trava dinheiro da Starlink
Como forma de garantir o pagamento dessas multas, na última semana, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas da Starlink, por entender que a empresa e a rede social X operam como um mesmo grupo econômico.
Segundo Baigorri, para fiscalizar se a Starlink está, de fato, descumprindo a decisão de derrubar o X, técnicos da Anatel vão acessar a rede da empresa nas maiores localidades em que opera. Se os técnicos conseguirem o acesso, isso será uma prova do descumprimento.

Starlink pode perder autorização para prestar serviço no Brasil, diz presidente da Anatel

Starlink comunicou neste domingo que não cumpriria ordem de Moraes. Presidente da Anatel afirmou que reportará ao ministro caso decisão não esteja sendo seguida. Anatel: Starlink pode perder outorga
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, disse que a Starlink, de Elon Musk, pode perder a autorização para prestar serviço no Brasil caso se confirme que a empresa esta descumprindo a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de derrubada do acesso ao X.
Em entrevista ao Estúdio i, nesta segunda-feira (2), Baigorri disse que, havendo materialidade que indique o descumprimento de decisão judicial pela empresa de Musk, um processo administrativo será aberto. Durante o processo, caso seja instaurado, será assegurado à Starlink o direito à ampla defesa.
“Segue a lei do processo administrativo. As sanções possíveis são aquelas previstas na lei geral de telecomunicações, começando na advertência, sanção de multa e aí, depois, a cassação da outorga. Perdendo a outorga, [a Starlink] perde autorização de prestar os serviços de telecomunicações no Brasil”, disse.
O órgão fiscaliza se a Starlink está ou não cumprindo a determinação judicial e, segundo Baigorri, a desobediência será reportada a Moraes e a Anatel abrirá um procedimento administrativo contra a empresa.
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No domingo (1º), a Starlink comunicou ao presidente da Anatel que não cumpriria a decisão de Moraes até que as contas da empresa, bloqueadas também por determinação do ministro, fossem desbloqueadas pela Justiça.
A Starlink é uma provedora de internet por satélite, e tem 225 mil usuários no Brasil. É a 16ª operadora em número de clientes no país. Tanto o X quanto a Starlink são empresas do bilionário do Vale do Silício Elon Musk, que é alvo de inquéritos no STF relatados por Alexandre de Moraes.
Desde abril, Musk vem descumprindo decisões judiciais ao não bloquear perfis que disseminam desinformação e ataques às instituições democráticas. Além disso, não paga multas impostas pelo Supremo.
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Como forma de garantir o pagamento dessas multas, na última semana, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas da Starlink, por entender que a empresa e a rede social X operam como um mesmo grupo econômico.
Segundo Baigorri, para fiscalizar se a Starlink está, de fato, descumprindo a decisão de derrubar o X, técnicos da Anatel vão acessar a rede da empresa nas maiores localidades em que opera. Se os técnicos conseguirem o acesso, isso será uma prova do descumprimento.

Por unanimidade, 1ª Turma do STF mantém X suspenso no Brasil

Cinco ministros votaram no mesmo sentido: Moraes, Dino, Zanin, Fux e Cármen Lúcia. Colegiado confirmou decisão de Moraes, tomada após rede social desobedecer a série de ordens judiciais. Logotipo do X, antigo Twitter, na entrada do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ueslei Marcelino/Reuters
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade, nesta segunda-feira (2), confirmar o despacho do ministro Alexandre de Moraes e manter a rede social X suspensa.
A decisão vale até que a plataforma:
cumpra decisões da Justiça de bloquear perfis com conteúdo antidemocrático e/ou criminoso;
pague multas aplicadas por desobedecer a ordens judiciais – que somam mais de R$ 18 milhões; e
indique um representante legal no país.
Foram cinco votos favoráveis à decisão: Alexandre de Moraes (relator, autor da primeira decisão), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Os ministros também seguiram o entendimento de Moraes de que deve ser aplicada multa de R$ 50 mil para pessoas e empresas que utilizarem “subterfúgios tecnológicos” para manter o uso do X, como o uso de VPN.
Essa multa foi questionada em um recurso da OAB, mas o pedido não entrou na análise do julgamento desta segunda e poderá ser analisado em outro momento.
O julgamento foi feito em plenário virtual e, em tese, só termina às 23h59. Ou seja: os ministros ainda podem mudar seus votos – mas é bastante raro que isso aconteça.
Fux fez ressalva
No último dos cinco votos inseridos no sistema do STF, o ministro Luiz Fux fez uma ressalva a respeito da decisão inicial de Moraes.
O ministro avaliou que a suspensão do X é válida – desde que “não atinja pessoas naturais e jurídicas indiscriminadas e que não tenham participado do processo”.
“[…] Salvo se as mesmas utilizarem a plataforma para fraudar a presente decisão, com manifestações vedadas pela ordem constitucional, tais como expressões reveladoras de racismo, fascismo, nazismo, obstrutoras de investigações criminais ou de incitação aos crimes em geral”, explica.
Fux diz ainda no voto que, como a decisão em análise é provisória e foi dada em caráter de urgência, esse impacto pode ser reanalisado em julgamento posterior, quando os ministros forem debater o conteúdo de todo o confronto aberto entre o X e as instituições brasileiras.
X suspenso
Desde abril, Elon Musk tem descumprido várias ordens do ministro Alexandre de Moraes de bloquear contas de investigados pelo STF, acusados de afrontar a democracia e a legislação brasileira.
Musk também não pagou as multas, que somam, até agora, R$ 18,35 milhões por descumprir ordens judiciais.
O empresário também postou imagens com sátiras ao ministro no próprio X e acabou incluído como investigado no inquérito das milícias digitais, do qual Moraes é relator.
O X fechou o escritório no Brasil no dia 17 de agosto, alegando que Moraes ameaçou prender a então representante legal da empresa no país.
Primeira turma do STF analisa se confirma ou não bloqueio da rede social X no Brasil
A decisão de Moraes
Na decisão desta sexta-feira (30) que determinou a suspensão do X, o ministro disse que, quando intimada, a referida plataforma incorreu em desobediência judicial e resolveu, criminosamente, divulgar mensagem incitando o ódio contra a Suprema Corte.
Moraes afirmou ainda que Elon Musk confunde liberdade de expressão com uma inexistente liberdade de agressão e confunde deliberadamente censura com proibição constitucional do discurso de ódio e de incitação a atos antidemocráticos.
O ministro disse ainda que “a instrumentalização criminosa de diversas redes sociais, em especial a rede X, também vem sendo investigada em outros países”.
E citou um trecho do parecer do Procurador-Geral Paulo Gonet, que concordou com a decisão de suspender o X. Gonet lembrou que o empresário Elon Musk tem cumprido centenas de ordens de remoção de conteúdo vindas dos governos da Índia e da Turquia.
No despacho desta sexta-feira (30), Alexandre de Moraes afirmou ainda que houve “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais e inadimplemento das multas diárias aplicadas, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros, para instituir um ambiente de total impunidade e ‘terra sem lei’ nas redes sociais brasileiras, inclusive durante as eleições municipais de 2024”.
Bloqueio no “X” no brasil já tem mais de 24 horas
Os votos nesta segunda
Alexandre de Moraes
Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes confirmou os termos da decisão individual e propôs o referendo da suspensão do X e da multa de R$ 50 mil para pessoas e empresas que utilizarem “subterfúgios tecnológicos” para manter o uso do X, como o uso de VPN. A multa foi questionada pela OAB.
“Diante de todo o exposto, voto no sentido de referendar a decisão no tocante à suspensão imediata, completa e integral do funcionamento do X Brasil Internet LTDA em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional. No caso de pessoa jurídica, deve ser indicado também o seu responsável administrativo”, diz um trecho do voto de Moraes.
Sobre as multas, o ministro vota para que sejam destinadas “às pessoas naturais e jurídicas que incorrerem em condutas para fraudar a decisão judicial, com a utilização de subterfúgios tecnológicos (como por exemplo o VPN, entre outros) para a continuidade de utilização e comunicações pelo ‘X’, enquanto durar a suspensão, sem prejuízo das demais sanções civis e criminais, na forma da lei”.
Flávio Dino
O ministro Flávio Dino acompanhou a decisão de Moraes. Em seu voto, Dino disse que “o poder econômico e o tamanho da conta bancária não fazem nascer uma esdrúxula imunidade de jurisdição”.
X suspenso no Brasil: em voto, Dino diz que quem descumpre decisão parece ‘se considerar acima da lei’
“A liberdade de expressão é um direito fundamental que está umbilicalmente ligado ao dever de responsabilidade. O primeiro não vive sem o segundo, e vice-versa, em recíproca limitação aos contornos de um e de outro”, continua Dino.
Cristiano Zanin
No voto, o ministro Cristiano Zanin afirmou que o “reiterado descumprimento de decisões do Supremo Tribunal Federal é extremamente grave para qualquer cidadão ou pessoa jurídica pública ou privada. Ninguém pode pretender desenvolver suas atividades no Brasil sem observar as leis e a Constituição Federal”.
Segundo o ministro, “compete ao Poder Judiciário determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, como autoriza do Código de Processo Civil.
Zanin ressaltou ainda que “o juiz deve prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça”.
“No caso sob exame, entendo, em juízo provisório, que tanto a suspensão temporária do funcionamento do X Brasil Internet Ltda. como a proibição – também provisória – da utilização e das comunicações com a plataforma por meio de subterfúgio tecnológico encontram amparo nessas disposições legais”, escreveu o ministro.
Cármen Lúcia
A ministra Cármen Lúcia afirmou que o Brasil garante e respeita que empresas nacionais ou estrangeiras possam atuar no país, desde que respeitadas as normas jurídicas vigentes e cumpram o sistema legal.
Para a ministra, “é grave, é séria e fez-se necessária” a medida judicial adotada e que resultou na suspensão.
“Nem o juiz há de julgar por voluntarismo, nem o particular pode se achar por vontade própria mais soberano que a soberania de um povo, que se faz e se constrói segundo o Direito que ele cria, impõe e cumpre”, disse.
A ministra disse que a decisão judicial deve ser acatada, respeitada e legitimada. “Seu questionamento há de se dar na forma da legislação processual, não segundo os humores e voluntarismos de quem quer que seja, nacional ou estrangeiro. Assim, o descumprimento reiterado e infundado do Direito brasileiro e da legislação nacional há de receber a resposta judicial coerente com essa ação, o que se deu no caso, conduzindo à suspensão determinada”.
Cármen Lúcia destacou que o STF não está proibindo o aproveitamento de toda e qualquer categoria de ferramenta tecnológica legitimamente utilizada para acesso a serviços digitais, como por exemplo, VPN. Isso porque a previsão de multa é para utilização ilegítima de ferramenta tecnológica para a específica finalidade de fraudar a decisão judicial relativamente ao acesso ao X, enquanto durar a suspensão.
“A função deste Supremo Tribunal é resguardar as liberdades e impedir condutas censórias. Não se está, nesta decisão, estabelecendo presunção de ilegitimidade da conduta de quem quer que seja no uso de ferramenta tecnológica, desde que por qualquer conduta nesse sentido não se busque fraudar, contornar ou atingir a finalidade ilegítima de acessar empresa suspensa de atuar ou permitir serviços por ela oferecidas sem acatamento às leis do País”.
” Democracia exige responsabilidade e comprometimento jurídico, social, político e econômico de todas as pessoas naturais e jurídicas, nacionais e não nacionais. E a responsabilidade há de se dar nos termos do Direito posto no constitucionalismo vigente no Pais”.
Cármen Lúcia afirmou que “o Brasil não é xepa de ideologias sem ideias de Justiça, onde possam prosperar interesses particulares embrulhados no papel crepom de telas brilhosas sem compromisso com o Direito. É uma sociedade de mais de duzentos milhões de habitantes querendo civilização e civilidade, liberdade e responsabilidade, segurança pessoal e jurídica. Não é com bravatas que se constrói o Estado Democrático de Direito, senão com leis que se respeitem para a libertação das pessoas e das nações.”
A ministra concluiu afirmando que “não se baniu empresa no Brasil” , “Não se excluiu quem quer que seja de algum serviço que seja legitimamente prestado e usado. Exigiu-se o cumprimento do Direito em benefício de todas as pessoas, por todas as pessoas naturais ou jurídicas, nacionais e não nacionais”.
Luiz Fux
O ministro Luiz Fux também seguiu o voto de Moraes. O ministro ressaltou, no entanto, que as multas por uso de ferramentas tecnológicas para acessar o X não deve ser aplicada de forma indiscriminada.
Segundo o ministro, a punição deve ocorrer se pessoas e empresas “utilizarem a plataforma para fraudar a presente decisão, com manifestações vedadas pela ordem constitucional, tais como expressões reveladoras de racismo, fascismo, nazismo, obstrutoras de investigações criminais ou de incitação aos crimes em geral”.

Anatel fiscaliza se Starlink cumpriu ordem de derrubar X e pode abrir processo contra empresa de Musk

Starlink comunicou neste domingo que não cumpriria ordem de Moraes. Presidente da Anatel afirmou que reportará ao ministro caso decisão não esteja sendo seguida. Anatel fiscaliza se Starlink cumpriu ordem de derrubar acesso ao X
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, afirmou nesta segunda-feira (2) que o órgão fiscaliza se a empresa Starlink, de Elon Musk, está mesmo descumprindo a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de derrubada do acesso ao X.
Segundo Baigorri, caso a Starlink não esteja cumprindo a determinação judicial, a desobediência será reportada a Moraes e a Anatel abrirá um procedimento administrativo contra a empresa.
Neste domingo (1º), a Starlink comunicou ao presidente da Anatel que não vai cumprir a decisão de Moraes. A Starlink avisou que não vai seguir a ordem até que as contas da empresa, bloqueadas também por determinação do ministro, sejam desbloqueadas pela Justiça.
A Starlink é uma provedora de internet por satélite, e tem 225 mil usuários no Brasil. É a 16ª operadora em número de clientes no país. Tanto o X quanto a Starlink são empresas do bilionário do Vale do Silício Elon Musk, que é alvo de inquéritos no STF relatados por Alexandre de Moraes.
Desde abril, Musk vem descumprindo decisões judiciais ao não bloquear perfis que disseminam desinformação e ataques às instituições democráticas. Além disso, não paga multas impostas pelo Supremo.
Como forma de garantir o pagamento dessas multas, na última semana, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas da Starlink, por entender que a empresa e a rede social X operam como um mesmo grupo econômico.
Segundo Baigorri, para fiscalizar se a Starlink está, de fato, descumprindo a decisão de derrubar o X, técnicos da Anatel vão acessar a rede da empresa nas maiores localidades em que opera. Se os técnicos conseguirem o acesso, isso será uma prova do descumprimento.
Com essa prova em mãos, informou Baigorri à GloboNews, a Anatel vai abrir o procedimento administrativo, no qual será assegurado à Starlink o direito à ampla defesa. Segundo o chefe da agência, o processo pode levar à perda da outorga da empresa de Musk no país.
Starlink diz que só cumprirá decisão após desbloqueio de contas
Segundo Baigorri, todas as mais de 20 mil operadoras de telecomunicações do país foram notificadas da decisão de suspender o X. O presidente da Anatel afirmou que a maioria delas já bloqueou o acesso à rede social.
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Juristas criticam decisão de Moraes que trava dinheiro da Starlink
Suspensão do X no Brasil
O X está suspenso no Brasil desde a noite de sexta-feira (30), por ordem de Moraes.
A suspensão do X foi determinada até a rede cumprir ordens judiciais, pagar multas e indicar um representante no país.
O X fechou o escritório no Brasil no dia 17 de agosto, alegando que Moraes ameaçou prender a então representante legal da empresa no país em caso de descumprimento de ordens judiciais. O X disse que essa ameaça foi feita em decisões sigilosas, que ainda não se tornaram de conhecimento público.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar na madrugada desta segunda-feira (2) se confirma ou não a decisão do ministro Alexandre de Moraes que suspendeu o funcionamento da rede social X no Brasil. Já há maioria para manter a decisão de Moraes.
Bloqueio das contas da Starlink
Diante da falta de um representante legal da rede social X no Brasil, o ministro Moraes bloqueou contas da empresa Starlink Holding, que também pertence ao bilionário Elon Musk.
Em postagem no X, a empresa chamou as decisões de Moraes contra a rede social de “inconstitucionais” e alegou que pretende recorrer na Justiça.
O próprio Elon Musk também se manifestou no próprio perfil, alegando que a SpaceX — da Starlink — e o X (antigo Twitter) são duas empresas “completamente diferentes, com acionistas diferentes”. Ele afirmou que possui 40% da empresa.
“Então, essa ação absolutamente ilegal do ditador Alexandre de Moraes pune indevidamente outros acionistas e o povo brasileiro”, escreveu.
Especialistas ouvidos pelo g1 e pela TV Globo criticaram a medida de Moraes sobre a Starlink.
“Essa decisão foge um pouco do padrão de intimações e de determinações que o Poder Judiciário brasileiro, especialmente o STF, realiza quando intima as partes a respeito da tomada de decisões”, diz Clóvis Bertolini, mestre em direito pela Universidade de São Paulo e professor da PUC Minas.

Por que a geração Z e os millennials não atendem mais o telefone

Uma pesquisa recente concluiu que 25% das pessoas com 18 a 34 anos de idade nunca atendem o telefone. Os participantes responderam que ignoram o toque, respondem por mensagens de texto ou pesquisam o número online se for desconhecido. A personagem Devi, da série de TV ‘Eu Nunca…’, jamais faria uma declaração de amor por telefone.
Netflix via BBC
“Olá, esta é a caixa postal de Yasmin Rufo. Por favor, não deixe mensagem, pois não vou ouvir, nem ligar de volta.”
Infelizmente, esta não é a mensagem da minha caixa postal. Mas eu certamente gostaria que fosse, bem como a maior parte dos jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e dos millennials (nascidos entre 1981 e 1995).
Uma pesquisa recente concluiu que 25% das pessoas com 18 a 34 anos de idade nunca atendem o telefone. Os participantes responderam que ignoram o toque, respondem por mensagens de texto ou pesquisam o número online se for desconhecido.
A pesquisa do site Uswitch envolveu 2 mil pessoas. Ela também concluiu que cerca de 70% das pessoas com 18 a 34 anos preferem mensagens de texto a chamadas telefônicas.
Para as gerações mais velhas, falar ao telefone é normal. Meus pais passaram a adolescência brigando com seus irmãos pelo telefone fixo no corredor, o que só fazia com que toda a família ouvisse as suas conversas.
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No final dos anos 1990, a autora só usava o telefone fixo para ligações comerciais
Yasmin Rufo/BBC
Já a minha adolescência foi passada em mensagens de texto. Fiquei obcecada por elas desde o momento em que ganhei meu Nokia cor-de-rosa de presente de aniversário, com 13 anos de idade.
Eu passava todas as noites depois da escola redigindo textos de 160 caracteres para os meus amigos.
Eu retirava todas as vogais e espaços desnecessários, até que a mensagem parecesse um grupo de consoantes aleatórias que os próprios serviços de inteligência teriam dificuldade de decifrar. Afinal, eu nunca iria pagar a mais para escrever 161 caracteres.
E, em 2009, as ligações telefônicas do meu celular custavam uma fortuna. “Nós não demos este telefone para você fofocar com suas amigas a noite inteira”, relembravam meus pais sempre que recebiam minha conta telefônica, todos os meses.
Foi assim que surgiu uma geração de pessoas que só se comunicam por texto. As ligações por telefone celular eram para emergências e o telefone fixo era usado raramente para falar com os avós.
As ‘Meninas Malvadas’ certamente não se interessariam em fazer ligações de voz entre três pessoas em 2024
Getty Images
A psicóloga Elena Touroni explica que, como os jovens não desenvolveram o hábito de falar ao telefone, ”agora parece estranho, pois não é o normal”.
Por isso, os jovens podem esperar o pior quando o telefone começa a tocar – ou se iluminar em silêncio, já que ninguém com menos de 35 anos de idade tem o toque configurado no seu telefone.
Mais da metade dos jovens que responderam à pesquisa do Uswitch reconheceram acreditar que uma ligação inesperada significa más notícias.
A psicoterapeuta Eloise Skinner explica que a ansiedade em torno das ligações vem de “uma associação com algo de ruim – uma sensação de pavor ou mau presságio”.
“À medida que as nossas vidas ficam mais atribuladas e os cronogramas de trabalho mais imprevisíveis, temos menos tempo para ligar para um amigo, simplesmente para saber como ele está”, explica ela. “Por isso, as ligações telefônicas ficam reservadas para as notícias importantes das nossas vidas, que, muitas vezes, podem ser difíceis.”
Para Jack Longley, de 26 anos, “é exatamente isso”. Ele nunca atende ligações de números desconhecidos, pois “ou é golpe, ou é marketing. É mais fácil simplesmente ignorar as ligações, em vez de procurar saber quais delas são verdadeiras.”
Nick e Charlie, da série ‘Heartstopper’, fazem parte da geração das mensagens de texto
Divulgação / Netflix
Mas não falar ao telefone não significa que os jovens não mantenham contato com seus amigos. Nossos grupos de bate-papo se movimentam o dia inteiro, com uma série de mensagens corriqueiras, memes, fofocas e, mais recentemente, mensagens de voz.
Muitas dessas conversas, agora, acontecem nas redes sociais, particularmente no Instagram e no Snapchat, onde é mais fácil enviar imagens e memes ao lado dos textos. E, mesmo com o consenso de que as ligações telefônicas são indesejadas, o uso de mensagens de voz divide as gerações mais jovens.
Na pesquisa do Uswitch, 37% das pessoas com 18 a 34 anos de idade declararam que as mensagens de voz são sua forma preferida de comunicação. Por outro lado, apenas 1% dos participantes com 35 a 54 anos preferem mensagens de voz em vez de ligações telefônicas.
Para a geração Z, não existe meio termo em relação às mensagens de voz: ou você ama, ou você odeia
Getty Images
“A mensagem de voz é como falar ao telefone, só que melhor”, afirma a estudante Susie Jones, de 19 anos. “Você tem o benefício de ouvir a voz dos seus amigos, mas sem pressões. Por isso, é uma forma mais educada de comunicação.”
Mas, para mim, é difícil ouvir mensagens de voz de cinco minutos de uma amiga contando as novidades sobre a vida dela. Elas devaneiam, as mensagens ficam repletas de palavras como “tipo” e “ahn” – e toda a história poderia ser contada em duas mensagens de texto.
As mensagens de texto e de voz permitem que os jovens participem das conversas no seu próprio ritmo. E eles podem responder de forma mais atenciosa e ponderada.
Fobia do telefone no trabalho
Mas até que ponto a fobia das chamadas telefônicas na sua vida pessoal afeta o lado profissional?
O advogado Henry Nelson-Case tem 31 anos de idade. Ele também é criador de conteúdo – e é terrivelmente fácil se identificar com sua série de vídeos sobre “millennials devastados”.
As cenas incluem a angústia de enviar um e-mail para toda a empresa, como se recusar educadamente a trabalhar além do horário e, é claro, um vídeo que mostra um funcionário fazendo de tudo para evitar uma ligação telefônica.
Ele afirma que “a ansiedade associada a conversas em tempo real, possíveis constrangimentos, não ter as respostas e a pressão para responder imediatamente” fazem com que ele odeie falar ao telefone.
“As ligações telefônicas nos expõem mais e exigem um nível de intimidade mais alto, enquanto as mensagens de texto são mais distanciadas e permitem que você se conecte sem se sentir vulnerável ou exposto”, explica Elena Touroni.
Cher e Dionne, de ‘As Patricinhas de Beverly Hills’, são as únicas capazes de trazer um mínimo de diversão para uma chamada telefônica
Getty Images
A advogada Dunja Relic, de 27 anos, conta que evita as ligações no local de trabalho porque “elas podem ser demoradas e atrasar as tarefas”. Eloise Skinner descreve isso como o sentimento de que “poderia ter sido um e-mail”.
“Existe um senso cada vez maior de proteção do nosso tempo”, explica ela. “Ligar para alguém exige que a pessoa que recebe a chamada faça uma pausa no seu dia e dedique atenção à conversa – algo difícil para os multitarefas.”
O empresário James Holton, de 64 anos, conta que seus funcionários mais jovens raramente respondem às ligações telefônicas: “ou eles têm uma mensagem padrão dizendo que estão ocupados, ou colocam meu número em redirecionamento, de forma que a chamada nunca é recebida”.
“Eles sempre têm uma desculpa na manga”, segundo Holton. “A mais comum é ‘meu telefone está em modo silencioso, de forma que não vi a chamada e me esqueci de ligar mais tarde’.”
Ele conta que precisou se adaptar, depois que observou que havia “uma clara dificuldade de comunicação”. “Se os funcionários são mais confortáveis com textos, é minha responsabilidade respeitar a decisão deles.”
Mas será que a preferência pela comunicação escrita e a tendência de trabalhar em casa estão nos fazendo perder a capacidade de manter conversas informais e não programadas?
Para Skinner, se a tendência atual continuar, “poderemos perder a sensação de proximidade ou conexão”.
“Quando nos comunicamos verbalmente, nós nos sentimos mais alinhados, emocional, profissional ou pessoalmente”, explica ela. “Esta conexão pode gerar maior sensação de realização, especialmente no ambiente de trabalho.”
Mas a gerente de supermercado Ciara Brodie, de 25 anos, contraria a tendência. Ela diz que “adora e reconhece quando meus chefes do trabalho ligam para mim”.
“É algo mais atencioso do que a mensagem de texto, pois exige um certo nível de esforço, que faz com que você realmente saiba que seu gerente valoriza sua informação”, explica ela.
Ela gosta particularmente de conversar com os colegas pelo telefone nos dias em que trabalha em casa. “Pode ser solitário, de forma que é bom permanecer conectada.”
Algumas pessoas podem dizer que esta nova tendência de comunicação é mais uma prova de que somos a “geração floco de neve”. Mas, na verdade, estamos muito longe disso.
É mais uma questão de adaptação. É claro que, 25 anos atrás, as pessoas eram resistentes à mudança do fax para o e-mail, mas a mudança tornou a nossa comunicação muito mais eficiente.
Talvez tenha chegado a hora de reconhecer o poder do texto e, da mesma forma que aposentamos a máquina de fax nos anos 1990, podemos deixar as temidas ligações telefônicas para trás em 2024.
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Anatel diz que já notificou operadoras de internet sobre ordem para suspender o X

Clientes de algumas principais delas, como Oi, Vivo, Claro e Tim, já reportaram estar sem acesso à rede social. Para alguns usuários, o site ou aplicativo ainda exibe a interface do X, mas não carrega as postagens e perfis. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou na tarde deste sábado (31) que já notificou as operadoras de internet no Brasil para suspender o acesso de seus usuários à rede social X.
A ordem de suspensão é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). São cerca de 20 mil operadoras no país.
Clientes de algumas principais delas, como Oi, Vivo, Claro e Tim, já reportaram estar sem acesso à rede social.
A suspensão do serviço de uma rede social como o X não acontece de forma imediata, na mesma hora em que a operadora é notificada.
As operadoras precisam bloquear o acesso dos clientes a todos os servidores da rede social, incluindo tanto o conteúdo acessado pelo navegador quanto o armazenado no celular.
Para alguns usuários, o site ou aplicativo ainda exibe a interface do X, mas não carrega as postagens e perfis.
Operadoras de telefonia bloqueiam o acesso ao aplicativo X
Decisão de Moraes
Moraes decidiu bloquear o X no Brasil após a rede social não cumprir uma ordem judicial que exigia a nomeação de um representante legal no país.
Outro motivo para a suspensão é que a rede não paga multas — em cerca de R$ 18 milhões — que recebeu da Justiça por se recusar a tirar do ar perfis que espalham conteúdo de desinformação e ataque às instituições democráticas.
A decisão de Moraes é baseada no entendimento de que o X , ao não atender exigências da Justiça, estava sendo utilizado para criar um “ambiente de terra sem lei”, permitindo a disseminação de discursos de ódio, racistas e antidemocráticos, o que, segundo o ministro, poderia interferir negativamente nas eleições municipais de 2024.
A medida visa, segundo Moraes, garantir que a plataforma opere dentro dos limites da legislação brasileira e respeite as normas de segurança e ordem pública.
O X fechou o escritório no Brasil no dia 17 de agosto, alegando que Moraes ameaçou prender a então representante legal da empresa no país.
A plataforma justificou que havia recebido ordens judiciais de Moraes — em sigilo de Justiça — que mencionavam, entre as penas em caso de desobediência, a prisão da então responsável pelo escritório do X no Brasil, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição.
O escritório no Brasil foi fechado, mas o X continuou, pelos dias seguintes, oferecendo o serviço da plataforma para os usuários brasileiros.
Essas intimações alegadas pelo X, que falavam em prisão da representante legal, ainda não se tornaram públicas.
A exigência para as plataformas de redes sociais terem um representante legal no Brasil vale para todas. Em grande maioria, já aderiram a essa regra. O X vem relutando. O Telegram, por exemplo, recebeu um prazo de 24 em 2023 para designar representante no Brasil. E atendeu.

Publicar no feed é ‘coisa de velho’? E não ter foto de perfil? Post de professor viraliza e gera debate sobre comportamento nas redes

Professor fez uma pesquisa, sem valor científico, com alunos da rede pública. Lecionando para adolescentes de 13 a 17 anos, ele começou a perceber que, fora da sala de aula, era constantemente adicionado, no Instagram, por contas sem fotos. Imagem ilustrativa mostra a sombra de duas pessoas meendo no celular e o logo do Instagram ao fundo
Reuters
Victor Hugo é professor de história, sociologia e filosofia da rede pública em Bebedouro (SP). Aos 26 anos, ele usa redes sociais como um típico jovem adulto. Seu perfil tem fotos de viagens, de shows, de momentos com amigos, selfies…
👨‍🏫 Lecionando para adolescentes de 13 a 17 anos, ele começou a perceber que, fora da sala de aula, era constantemente adicionado, no Instagram, por contas sem fotos e, algumas vezes, até sem informações básicas de identificação — muitas tinham letras ou números aleatórios no nome.
☝️ Mas quem estava por trás destes perfis misteriosos não era bem um segredo…
“Eu ficava tentando entender o que era, quem era… Eu buscava e descobria que era um aluno meu. Eles próprios geralmente falavam: ‘ah, você viu que eu te segui?’ Isso foi me impressionando”, disse Victor em entrevista ao g1.
🤔 Essa percepção provocou o professor, que decidiu fazer uma pesquisa, sem valor científico, com os próprios alunos — o resultado viralizou na rede social X. Mas antes de prosseguir, é importante ressaltar:
Os alunos de Victor que têm de 13 a 17 anos pertencem à geração Z;
O próprio Victor é geração Z, ainda que quase beirando a anterior, a chamada geração Y (ou millennials);
A idade mínima para ter uma conta no Instagram no Brasil é de 13 anos.
“A geração Z é considerada nativa digital. É a primeira geração que nasceu que não sabe o que é a vida antes da internet. E isso, por si só, já influencia a maioria das características dessa geração”, explicou Thaís Giuliani, doutora em ciências da informação e especialista em geração Z.
As perguntas feitas por Victor aos seus alunos foram:
Por que não postam fotos no feed do Instagram?
Por que dificilmente colocam foto no perfil?
Por que postam só nos stories?
O que acham de quem posta conteúdo frequentemente?
Se acham bonitos/seguros para compartilharem fotos nas redes sociais?
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📣 Aqui vale um alerta: não existe uma resposta exata para a pergunta do título deste texto. É mais uma provocação, um convite à reflexão, do que um guia com um resultado detalhado.
As respostas foram diversas. Veja só algumas delas:
têm os que acham “cringe” ter foto no perfil;
têm os que dizem que “está na moda ser ‘low profile’ (postar pouco);
têm os que acham que quem posta frequentemente “é desocupado e brega”;
têm também aqueles que admitem insegurança com a aparência mesmo (não encontrar uma foto “boa” e ter medo de não ter muitas curtidas foram argumentos que apareceram entre as respostas).
Ao g1, Victor disse que se surpreendeu com o resultado.
“Primeiro, eu acho que eu banalizei, talvez eu tenha achado que eles só não querem lidar com as redes sociais ou que, de alguma maneira, eles são contra. Talvez eu tenha achado que não tinha um problema por trás.”
Não bem um problema, mas, sim, tinha algo por trás. A conclusão, a partir dos dados preenchidos pelos alunos, foi postada no X: era, em grande parte, uma questão de autoestima. “As respostas reforçam questões atuais bem problemáticas sobre a autoestima e também sobre a própria padronização do corpo nas redes. Os mais novos sofrem mais com a autoestima e sentem mais medo em relação às redes. Todos se cobram”, escreveu Victor.
Para Giuliani, independente da geração que for, a questão da autoestima adolescente é um fator relevante nessa discussão.
“Existe a questão da geração, que é o recorte do período que nasceu, porque são momentos históricos, políticos, sociais e econômicos completamente diferentes. E outra coisa é a adolescência. Que é uma fase normal de muito complexo em relação à autoestima, que eu acho que é uma das principais causas relacionadas a essa questão de foto, de imagem [das redes sociais]”, afirmou Giuliani ao g1.
De modo geral, mais que uma característica das gerações Z, X ou qualquer outra, para todos a adolescência é (ou foi) uma fase…
de ebulição hormonal;
de nascimento de pelos;
de nascimento de espinhas;
de mudanças na textura da pele;
de mudanças no cabelo;
e, principalmente, de mudanças no corpo como um todo (mais altos, mais largos, crescimento das mamas, mudança na voz…).
A vida no Instagram (e antes dele)
🔙 Para contexto: o Instagram surgiu em 2010, em uma época em que estava disponível apenas para usuários iOS (iPhone) e levou uns anos até ser liberado para Android. Naquele momento, era uma rede só de fotos de celular de baixa qualidade, com filtros que mudavam as cores e a saturação, por exemplo — mas nada de recursos que afinam o nariz e aumentam os lábios, como vemos hoje. Também não tinha, ainda, a ferramenta stories, que veio em 2016, em que fotos e vídeos desaparecem após 24 horas.
Publicar fotos nas redes sociais não é uma característica exclusiva do Instagram e da geração de agora. Antes, havia o finado Orkut, que durante muito tempo permitia apenas 12 fotos (mas que eram atualizadas sem receios entre adolescentes e adultos de diferentes gerações que usavam a rede).
Depois, veio o Facebook, que permite ter diversos álbuns e muitas e muitas fotos (e que, hoje, em 2024, é quase nada usado pela geração Z, mas que por muito tempo foi a queridinha dos millenials depois do Orkut).
Ainda assim… Por que os jovens de hoje, a geração Z, parecem evitar mais a exposição no Instagram?
Como explica Giuliani, é uma geração que se preocupa com questões de saúde mental — para além de ser afetada diretamente por isso, muito por causa dos anos escolares durante a pandemia, quase que totalmente na frente de telas e câmeras abertas em aulas.
Por isso, talvez, pode soar que eles se sintam mais inseguros com a aparência física típica da adolescência que antigamente (o que não existe uma comprovação clara ainda). E, além disso, é uma geração mais protegida.
“É uma geração que tem uma uma fragilidade maior por diversos aspectos, não só pelas redes sociais, não só pela tecnologia, mas também muito pela forma como foram criados, num modelo em lidar com pouca frustração ao longo da infância e da adolescência, o que acabou, de certa forma, impactando negativamente nessa questão mais da formação da resiliência”, diz Giuliani.
E é importante também lembrar que as redes de antigamente não tinham os influenciadores de hoje com milhões de seguidores, vidas irreais e filtros que mudam o rosto para formatos milimetricamente perfeitos.
Foto ilustrativa mostra Cara Delevingne e Sam Smith depois do Rock in Rio 2015; ne época, os filtros eram apenas de cor, luz e saturação.
Reprodução/Instagram/Samsmith
Quanto aos adolescentes da geração Z, eles até ocupam o Instagram, sim, mas sem aparecer tanto (como o observado na pesquisa do Victor, ainda que algumas vezes sem foto). Algo reforçado por Giuliani: eles não se exibem, mas falam, engajam.
Ainda assim… Eles preferem mesmo o TikTok — e isso é geracional e típico do fluxo das redes, como aconteceu com o Orkut e o Facebook (uma vai substituindo outra na preferência). Olha só: uma pesquisa da Adobe de abril deste ano apontou que 64% dos jovens nascidos entre 1995 e 2010 já trocaram o Google pelo TikTok para fazer buscas.
E os millenials?
E quanto ao hábito de jovens (mais adultos) de postarem mais fotos de viagens e de comida? Bem… Talvez isso seja uma herança dos primórdios do Instagram (quando os adolescentes da vez, hoje adultos, estavam descobrindo as ferramentas que a rede dispunha).
No começo da rede era comum (e cool) publicar fotos de fim de semana na balada, com amigos, em restaurantes diferentes e durante viagens. Vale lembrar: dividir esses momentos no online era bem mais difícil mesmo uns anos atrás, no começo do Instagram, com conexões menos acessíveis e quando tudo era mato na internet.
“O millenial tem um comportamento um pouco diferente nas redes sociais do que da geração Z. Se a geração Z tem esse receio de exposição, toda aquela questão do aspecto da autoestima, ele gosta de ver, de olhar, mas muitas vezes não de se expor”, avaliou Giuliani.
“Eles são mais abertos pra isso, têm uma postura mais de compartilhar essas experiências, porque os valorizam muito a experiência. É a primeira geração que começa quando a gente fala de compra, de venda, de serviço do millenial como cliente, como consumidor. É a primeira geração que acaba valorizando muito essa questão da experiência da marca”, finalizou Giuliani.

A rede social que conseguiu um milhão de usuários e bateu recordes de interações após bloqueio do X no Brasil

A plataforma informou que estava com uma alta taxa de crescimento de novos usuários ao longo dos últimos dias. Na sexta, o X foi suspenso no país por decisão do ministro Alexandre de Moraes. A Bluesky informou que estava com uma alta taxa de crescimento de novos usuários ao longo dos últimos dias.
Reprodução/Via BBC
A rede social BlueSky ganhou um milhão de novos usuários brasileiros nos últimos três dias, em meio ao impasse que culminou na suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil na sexta-feira (30/8).
A plataforma informou, em nota à BBC News Brasil, que estava com uma alta taxa de crescimento de novos usuários ao longo dos últimos dias.
“Brasil, você está estabelecendo novos recordes de atividade no Bluesky!”, anunciou a plataforma na sexta.
A Bluesky (céu azul, em tradução direta) foi idealizada pelo mesmo criador do Twitter, Jack Dorsey, em 2019. Na época, era um projeto interno do Twitter, mas em 2021 se tornou uma plataforma independente.
Atualmente, a responsável pela empresa é a executiva Jay Graber e a “equipe Bluesky”, segundo detalha o perfil oficial da rede.
A plataforma é semelhante ao antigo Twitter, porque permite que os usuários façam publicações curtas (até 300 caracteres). Na rede também é possível compartilhar, fotos, textos e republicar postagens de outros usuários.
Desde o seu lançamento, a Bluesky considerou o Brasil como um país importante para a rede.
Quando o X foi vendido para o bilionário Elon Musk, em outubro de 2022, muitos usuários começaram a deixar a plataforma e migrar para outras redes semelhantes, como a Bluesky.
Em abril, quando teve início o imbróglio entre Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cerca de 100 mil brasileiros criaram contas no Bluesky, segundo divulgado pela plataforma. Na época já era cogitada a suspensão do X no país, diante dos frequentes ataques de Musk a Moraes e as recusas em atender aos pedidos judiciais no país.
Mas o recorde de novos usuários brasileiros na Bluesky ocorreu entre sexta-feira e sábado (31/8), após Moraes determinar a suspensão do X no Brasil.
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Na quarta-feira (28/8), o ministro havia intimado Musk a indicar um representante legal no Brasil no prazo de 24 horas. Caso não cumprisse, a rede social seria suspensa no país.
Na decisão de sexta, Moraes argumentou que a postura adotada por Musk na rede social incentiva discursos extremistas e antidemocráticos. Além disso, o bilionário estaria obstruindo a Justiça ao não seguir determinações como bloqueio de perfis na rede social e ao deixar de apontar um representante legal no país.
O ministro do STF determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueasse o X em todo o Brasil. No sábado (31/08), usuários de internet no Brasil já não conseguiam acessar a rede. Moraes fixou um prazo de até cinco dias para que todos os envolvidos na operação, incluindo empresas de telefonia e servidores, cumpram com o bloqueio da plataforma.
Logo após a decisão, Musk reagiu em sua conta no X. Disse que “a liberdade de expressão é a base da democracia e um pseudo-juiz não eleito no Brasil está a destruindo para fins políticos”.
O Brasil é o sexto maior mercado do X no mundo, com 21,5 milhões de usuários, segundo a plataforma global de dados e estatísticas Statista. O país só fica atrás de EUA, Japão, Índia, Indonésia e Reino Unido.
Sem o X, usuários brasileiros buscaram novas plataformas que se assemelham à rede de Musk.
Políticos, como o presidente Lula, e outras autoridades anunciaram suas contas em duas novas plataformas: a Bluesky e o Threads, da Meta.
A Bluesky
Em nota à BBC News Brasil, a Bluesky informou que o número de novos usuários brasileiros “cresce a cada minuto” nas últimas horas e a plataforma bateu recorde de interações.
“O fluxo brasileiro também está estabelecendo novos recordes de atividade na rede, como o número de seguidores, curtidas etc. Estamos muito entusiasmados em recebê-los”, disse a rede social, por meio de nota.
Atualmente, a Bluesky tem 7,3 milhões de usuários em todo o mundo.
A plataforma afirmou em nota que não possui dados detalhados das localizações de todos os usuários. Em razão disso, não divulga levantamento sobre quantos usuários da rede são brasileiros.
“Mas os brasileiros foram uma das primeiras comunidades a se juntar a nós”, disse em nota.
A Bluesky afirma que modera ativamente as postagens com conteúdo indevido, como assédio, discurso de ódio e fake news.
A plataforma afirma que conta com uma equipe global de moderadores e um time local se responsabiliza pela avaliação de postagens brasileiras.
No site oficial da Bluesky, uma das características que a plataforma menciona é o objetivo de oferecer autonomia aos usuários para que possam ter acesso a conteúdo baseado em assuntos que os interessem.
O Threads
Outra plataforma que também se tornou alternativa após a suspensão do X é o Threads.
O aplicativo parece quase idêntico ao Twitter: o limite de caracteres, a repostagem, o feed. É tudo bastante familiar.
Criado em julho passado, o Threads foi desenvolvido pela Meta, dona do Facebook e do Instagram, para concorrer com o X.
Em suas primeiras sete horas de funcionamento em julho passado, o aplicativo conseguiu dez milhões de usuários em todo o mundo.
Isso ocorreu em parte porque ele está conectado ao Instagram.
Uma funcionalidade do Instagram permite ao usuário, logo que ele se inscreve no Threads, a opção de “seguir todos” aqueles que ele já segue no aplicativo de fotos e vídeos.
Essa opção oferece uma lista de seguidores pronta — mas essa lista pode crescer à medida que os seguidores que você tiver no Instagram se inscreverem no Threads.
Como mostrou reportagem da BBC em julho passado, a Meta não estava criando um aplicativo do zero. A gigante de tecnologia se beneficiou de seus mais de 1 bilhão de seguidores no Instagram, que deram uma grande injeção de ânimo à nova empreitada.
E diante do bloqueio do X, muitas pessoas criaram ou voltaram a usar seus perfis no Threads.
A BBC News Brasil procurou a Meta para questionar sobre os números de novos usuários e interações nos últimos dias, a empresa, porém, não respondeu até a conclusão deste texto.

Como celulares podem detectar terremotos

Cinquenta anos após a primeira chamada de celular, tecnologia que transportamos no bolso está ajudando a criar maior sistema de detecção de terremotos do mundo. Smartphones possuem sensores embutidos que podem funcionar como sismômetros para detectar terremotos
Getty Images
Em 25 de outubro de 2022, um terremoto com 5,1 graus de magnitude sacudiu a região da Baía da Califórnia, nos Estados Unidos.
Felizmente, foi mais uma trepidação do que um tremor violento. Mas muitas informações dos moradores da região atingida chegaram ao Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
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Não foram relatados danos, mas o terremoto foi significativo por outra razão. Muitas pessoas da região receberam alertas nos seus telefones celulares antes que os tremores começassem.
Avisos similares sobre um terremoto com 5,2 graus de magnitude, com epicentro ao sul da cidade de Bakersfield, chegaram aos moradores do sul da Califórnia com até 30 segundos de antecedência, na noite de 6 de agosto de 2024.
O mais importante é que muitos desses telefones também ajudaram a detectar o terremoto antes que ele acontecesse.
A Google vem trabalhando em conjunto com o USGS e acadêmicos de diversas universidades da Califórnia para desenvolver um sistema de alerta precoce que avise os usuários poucos segundos antes da chegada dos tremores.
A janela de alerta é curta, mas até mesmo alguns segundos podem oferecer tempo suficiente para que as pessoas possam buscar abrigo embaixo de uma mesa ou de um balcão. E também pode ser suficiente para reduzir a velocidade dos trens, evitar a decolagem ou aterrissagem de aviões e evitar que carros entrem em pontes ou túneis.
Com isso, o sistema poderá salvar vidas, no caso de terremotos mais potentes.
Os dados vêm de duas fontes. Inicialmente, o sistema contava com uma rede de 700 sismômetros — aparelhos que detectam os tremores de terra — instalados em todo o Estado pelos sismólogos do USGS, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, da Universidade da Califórnia em Berkeley e do governo estadual.
Sismômetros instalados em dois outros Estados americanos — Oregon e Washington — também enviam dados para o sistema, conhecido como ShakeAlert. Mas a Google está criando a maior rede de detecção de terremotos do mundo, com os telefones celulares dos usuários.
A maioria dos smartphones que operam o sistema operacional Android possui acelerômetros embutidos — os circuitos que detectam os movimentos do celular.
Estes circuitos costumam ser usados para instruir o telefone a reorientar a sua tela entre os formatos de retrato e paisagem quando o aparelho é inclinado, por exemplo. E também ajudam a fornecer informações sobre a contagem de passos para o rastreador de fitness embutido da Google.
Mas os sensores são surpreendentemente sensíveis e também podem servir de minissismômetros.
A Google introduziu uma função que permite aos usuários autorizar seus aparelhos a enviar dados automaticamente para o Sistema Android de Alertas de Terremotos, quando detectarem vibrações características das ondas primárias (P) dos terremotos.
Combinando dados de milhares ou até milhões de outros celulares, o sistema pode deduzir se está acontecendo um terremoto e onde. Ele pode então enviar alertas para os telefones da região que provavelmente será atingida pelas ondas sísmicas, fornecendo um alerta precoce.
E, como os sinais de rádio viajam com mais rapidez do que as ondas sísmicas, os alertas podem chegar antes do início dos tremores, em regiões distantes do epicentro.
O engenheiro de software da Android, Marc Stogaitis, define o sistema da seguinte forma:
“Essencialmente, estamos correndo à velocidade da luz (que é a velocidade aproximada em que viajam os sinais de telefone) contra a velocidade do terremoto. E, para nossa sorte, a velocidade da luz é muito maior!”
Como a maioria dos dados é coletada de forma colaborativa, a tecnologia abre a possibilidade de monitorar terremotos em áreas onde não existem extensas redes de sismômetros de alto custo. Ou seja, ela aumenta a possibilidade de fornecer alertas de terremotos até mesmo nas regiões mais pobres e remotas do planeta.
Em outubro de 2022, os engenheiros da Google viram telefones celulares em toda a área da Baía de São Francisco se acenderem com os dados de detecção de terremotos, enquanto as ondas sísmicas viajavam para longe do epicentro.
Agora, o sistema capta regularmente esses abalos para que o ShakeAlert do USGS possa emitir alertas quando eles ultrapassarem certos limites. Ele dispara mensagens para os telefones celulares dos usuários em regiões que provavelmente serão atingidas pelos tremores.
Embora os alertas possam ser recebidos em telefones com o sistema Android, as pessoas da Califórnia, Oregon e Washington também podem usar o aplicativo MyShake, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Berkeley. Ele também transforma os celulares dos usuários em detectores de terremotos quando estão estacionários e envia alertas, com base na localização do aparelho.
Os terremotos ocorrem com frequência na Califórnia. O Estado sofre até 10 pequenos tremores todos os dias. Em sua maioria, eles são muito fracos para serem sentidos pelas pessoas.
Mas existem normalmente diversos terremotos maiores na Califórnia todos os anos. São cerca de 15 a 20 tremores com mais de 4,0 graus de magnitude.
Globalmente falando, estima-se que sejam usados 16 bilhões de telefones celulares em todo o mundo e mais de três bilhões deles usam o sistema operacional Android. O Sistema de Alerta de Terremotos já está disponível em mais de 90 países particularmente propensos a tremores.
Mas o sistema também tem suas limitações, particularmente em áreas remotas, onde há poucos usuários de celulares, e em terremotos que ocorrem no mar, que podem gerar tsunamis.
Embora estes sistemas possam emitir alertas com alguns segundos de antecedência, a previsão de terremotos antes que eles aconteçam permanece um objetivo inatingível.
Como ativar os alertas de terremotos no celular
As configurações para ativar os alertas de terremotos em telefones celulares que usam o sistema operacional Android podem ser encontradas na seção de Segurança e Emergência do aplicativo de Configurações do seu telefone. O sistema exige acesso à internet por wi-fi ou dados móveis.
Os proprietários de iPhones no Japão também podem ativar os alertas de emergência na seção de notificações das configurações dos seus aparelhos.
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Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.
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Suspender uma rede social é medida extrema, mas Musk não deixou alternativa, avaliam ministros do STF

Ministro Alexandre de Moraes durante a sessão da Primeira Turma do STF.
Carlos Moura/SCO/STF
Colegas do ministro Alexandre de Moraes avaliam que suspender uma rede social é uma medida extrema e deveria, sempre que possível, ser evitada.
Só que o empresário Elon Musk não deixou alternativa a não ser o bloqueio diante do descumprimento de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e da recusa em nomear um representante legal da rede X no Brasil.
Ainda segundo os ministros, sempre haverá o questionamento de que o STF pode estar sendo contra a liberdade de expressão.
Primeira Turma do STF julga decisão de Moraes para manter X suspenso no Brasil
No caso da rede X, porém, a avaliação praticamente unânime, com uma ou outra exceção, é que não havia outra saída.
É uma questão, dizem ministros, de soberania, de garantir a legislação brasileira, seja qual for a empresa, será cumprida.
O fato é que o empresário Elon Musk provocou e buscou o bloqueio de forma deliberada, com viés político e não empresarial, descumprindo a legislação brasileira que obriga uma plataforma digital a ter um representante no Brasil, alegam ministros do Supremo.
A avaliação é que o caminho para distensionar o ambiente será encerrar em breve o inquérito das fake news.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, não quis se comprometer com datas, mas afirmou que o fim do inquérito não está muito distante. Antes das eleições, porém, não será.
A guerra entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk terá nesta segunda-feira (2) um novo capítulo e deixará de ser a decisão de um magistrado para uma medida com o apoio do colegiado da Primeira Turma.
A submissão rápida da decisão monocrática ao plenário da Primeira Turma era vista dentro do STF como necessária para mostrar que não se trata de ação isolada do Supremo, mas uma medida com apoio de outros ministros.
A Primeira Turma é formada por Alexandre de Moraes, seu presidente, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
A expectativa dentro do tribunal é que o placar final seja unânime para manter a decisão de Moraes.
Até as 9h desta segunda, o placar já mostrava dois votos pela manutenção do bloqueio da rede X, do próprio relator e do ministro Flávio Dino.